Campeões Sul-Americanos

Phil Rajzman e Atalanta Batista vencem e garantem e garantem título sul-americano no Peru


O bicampeão mundial Phil Rajzman conseguiu o desejado título sul-americano da WSL South America que faltava em sua carreira e Atalanta Batista manteve sua invencibilidade no Peru com uma nota 10 na decisão do Huanchaco Repalsa Longboard Pro 2017. O sábado foi um dia de mar enorme na Playa El Elio, exigindo um bom preparo físico para suportar a força das ondas de 6-8 pés entrando sem parar durante todo o dia. Atalanta garantiu o tricampeonato na onda que pegou nos minutos finais da bateria liderada pela número 1 do mundo, Chloé Calmon. A americana Kaitlin Maguire ficou em terceiro lugar e a peruana Carolina Thun em quarto. A grande surpresa foi o jovem Julian Schweizer, 17 anos apenas e primeiro uruguaio a chegar na final em sete edições do Mundial de Huanchaco no Peru.

“Estou muito feliz com meu primeiro título sul-americano aqui no Peru. As condições estavam difíceis, a maré muito seca, mas achei boas ondas e estou muito feliz”, vibrou Phil Rajzman. “A correnteza também estava muito forte, tivemos que remar muito mais, as ondas estão muito difíceis de achar as boas, mas tentei manter a tranquilidade na final e tive sorte também. O Julian (Schweizer) é muito talentoso, o Piccolo (Clemente) já havia me falado dele, que tinha potencial para ganhar esse campeonato, mas estou muito contente por ter conseguido o título sul-americano, que há muitos anos venho buscando. Quero agradecer a todos aqui do Peru e do Brasil também, é mais um título aí pra galera festejar comigo”.

Essa foi a quinta participação de Phil Rajzman nas sete edições do Huanchaco Repalsa Longboard Pro. Em duas, perdeu logo em sua primeira bateria no campeonato, mas foi finalista em dois anos seguidos. Só que acabou vendo Rodrigo Sphaier ganhar seu segundo título sul-americano em 2013 e o peruano Piccolo Clemente repetir o feito em 2014. A terceira chance de conseguir seu primeiro troféu da WSL South America, foi contra o jovem Julian Schweizer. O uruguaio só tinha competido uma vez em Huanchaco, em 2015, com apenas 15 anos de idade, ficando em último na sua primeira bateria.

Na grande final, Phil Rajzman usou toda a sua experiência para escolher as melhores ondas e repetir a atuação da semifinal brasileira contra Wenderson Biludo, quando se tornou o recordista absoluto do Huanchaco Repalsa Longboard Pro com nota 9,65 e 17,65 pontos. Na decisão do título, surfou apenas três ondas. Começou com nota 4,00, depois ganhou 6,25 na segunda e a terceira foi simplesmente a melhor apresentação de todo o campeonato. Sua combinação das manobras clássicas dos pranchões, com batidas e rasgadas numa longa esquerda surfada até o fim, arrancou nota 10 de dois dos quatro juízes e a média ficou 9,75. Com ela, ganhou fácil de Julian Schweizer por uma “combination” de 16,00 a 6,05 pontos.

“O mar estava muito mais complicado do que na semifinal e eu já estava sem braços e sem pernas de tanto cansaço”, disse Julian Schweizer, lembrando que os finalistas encararam as morras de El Elio três vezes, nas quartas de final, semifinais e na grande final. “Eu não consegui pegar nenhuma onda boa, mas fiz o meu melhor e estou muito contente pelo segundo lugar também, que é um resultado inédito para o Uruguai. Certamente minha família está muito contente e tenho muitos amigos na Costa Rica também que ficaram felizes. Eu realmente estava muito cansado, quase 2h30 remando sem parar nas baterias, já não aguentava mais. Eu vim para cá mais para me divertir e fazer uma final com um cara como o Phil (Rajzman), um ídolo para todos nós, foi muito bom, bem mais do que eu esperava”.

Phil Rajzman viajou ao Peru com o objetivo de conquistar o título sul-americano e na semifinal fez a melhor apresentação do campeonato nas grandes ondas de 6-8 pés do sábado de mar pesado na Playa El Elio. Com a forte correnteza dificultando ainda mais as condições, era preciso escolher bem a onda para não desperdiçar chance nenhuma, senão o preparo físico seria mais exigido, ou na remada contra a corrente, ou na corrida pela praia até o melhor lugar para varar a arrebentação.

RECORDISTA ABSOLUTO – Contra o também brasileiro Wenderson Biludo, Phil começou bem com uma nota 8,0 e depois achou uma onda com a parede mais limpa para mostrar toda a sua variedade de manobras e confirmar a passagem para a sua terceira final em Huanchaco. O 9,65 que ele recebeu nessa onda, era a maior nota que os juízes deram no Huanchaco Repalsa Longboard Pro 2017 até ali. Com ela, se tornou o recordista absoluto com os 17,65 pontos que totalizou, batendo a nota 9 e os 17 pontos de Anderson da Silva na sexta-feira, o brasileiro que passou a representar o Peru por estar morando no país andino há dois anos.

Na segunda semifinal, o peruano Joel Ucañan, local de Huanchaco, foi abatido pela força do mar na Playa El Elio. Ele começou melhor com nota 6,75, contra 6,25 de Julian Schweizer. Mas, não conseguiu aproveitar a outra oportunidade que teve de surfar, para tirar a vantagem da nota 4,00 da segunda onda computada pelo uruguaio. Mesmo assim, Joel foi o melhor representante do Peru esse ano e o terceiro lugar é seu melhor resultado no Huanchaco Repalsa Longboard Pro, pois nunca tinha passado da segunda fase nas outras seis edições.

“O mar está muito forte, muita correnteza e lamentavelmente não consegui pegar a onda que eu queria. Mas, seguirei lutando, com a força de todos os amigos, da família, e estou feliz por ter sido o único peruano nas semifinais”, disse Joel Ucañan. “Espero que seja uma boa final, que tenha boas ondas e eu vou seguir adiante, treinando com força e dedicação para que no próximo campeonato aqui, eu consiga fazer ainda melhor”.

DECISÃO FEMININA – A decisão do título sul-americano de longboard feminino, entrou no mar depois das semifinais masculinas. Como o mar estava muito grande para as meninas, a comissão técnica decidiu realizar baterias com quatro atletas. Elas foram as primeiras a encarar as ondas de El Elio no sábado e duas delas não conseguiram pegar nenhuma onda na primeira bateria do dia. A número 1 do ranking mundial, Chloé Calmon, e a peruana Carolina Thun, se classificaram nessa. Na outra, a peruana Maria Fernanda Reyes chegou a ter seu pranchão partido ao meio pela força da arrebentação. Vice-campeã em 2015, ela acabou eliminada pela americana Kaitlin Maguire e pela bicampeã sul-americana, Atalanta Batista.

Na grande final, estava um pouco diferente, sem a neblina da manhã, com a praia já cheia por um bom público, Sol, porém as ondas continuavam grandes e com forte correnteza. A escolha das melhores era fundamental, além de aproveitar ao máximo cada chance de surfar. A bateria de 45 minutos começou depois que as quatro ultrapassaram a arrebentação e as ondas não paravam de bombar em El Elio. A peruana Carolina Thun logo foi pega por uma série e voltou para a zona de perigo no inside, até ela decidir pegar uma ondinha para sair pela praia para entrar em outro lugar sem tanta turbulência. Assim, passou a liderar a bateria com nota 1,75.

Atalanta Batista foi a segunda a surgir no espumeiro, jogada pela força das ondas que quebrou sua prancha principal. Ela pegou outra e ficou remando para retornar ao outside. Como não conseguia, passou a buscar as ondas do inside para pontuar na bateria e conseguiu notas 2,25 e 3,00 para assumir a ponta. Kaitlin Maguire também foi varrida pelas séries, ficou remando contra a corrente e surfou uma esquerda no inside para começar com nota 3,15. Já Chloé Calmon pega uma direita que rendeu 4,00 e sai do mar sem passar sufoco na arrebentação. As duas escolhem ir pela praia para voltar ao mar mais à esquerda, mais próximo do pico.

O posicionamento no mar estava difícil e as competidoras tinham que ficar remando o tempo todo. Kaitlin Maguire consegue caminhar um pouco pelo pranchão em sua segunda onda e recebe 2,35 para tirar a liderança de Atalanta Batista. Mas, Chloé Calmon foi a primeira a surfar uma onda por inteiro, fazer um longo hang-five no bico para tirar nota 8,0 e abrir uma grande vantagem de 8,85 pontos sobre a americana e 9,00 sobre Atalanta. Carolina Thun tinha sido levada pelas séries de novo e continuava só com 1,75.

A briga do título parecia definida, mas Atalanta Batista pega uma onda enorme que abre uma parede limpa para ela mostrar suas manobras e arrancar a primeira nota 10 do Huanchaco Repalsa Longboard Pro 2017. Com ela, voltou a liderar a bateria com Chloé Calmon precisando de 5,01 para impedir seu tricampeonato sul-americano. Mas, nem a número 1 do mundo conseguiu acabar com a invencibilidade de Atalanta Batista nas ondas de Huanchaco, nem no mar gigante do sábado em El Elio, que partiu outra prancha sua depois da nota 10 unânime dos quatro juízes.  

“Já estava muito feliz por estar aqui novamente em Huanchaco, mas as ondas dessa vez estavam muito difíceis, muito grandes, quebrei duas pranchas, tomei muitas séries na cabeça, mas estou com Deus, Ele me protegeu e me deixou calma para achar aquela onda incrível, que entrou perfeita para mim”, disse Atalanta Batista. “As minhas oponentes eram superfortes, uma que está liderando o ranking mundial (Chloé Calmon), uma campeã californiana (Kaitlin Maguire) e uma peruana também que é promessa (Carolina Thun). Mas, dei tudo de mim para conseguir superar todas as dificuldades e conquistar meu terceiro título sul-americano aqui em Huanchaco. Estou muito feliz e dedico essa vitória aos meus filhos, minha família e a todos que me apoiaram e torcem por mim”.

A favorita ao título dessa vez era Chloé Calmon, que no ano passado foi vice-campeã mundial e lidera o ranking 2017 da World Surf League. A pernambucana Atalanta Batista entrou na final com o status de ter vencido as duas únicas edições do Huanchaco Repalsa Longboard Pro com a categoria feminina, em 2014 e 2015. Mas, a carioca também estava invicta esse ano, ganhando os dois eventos que tinha competido, em Papua Nova Guiné e Portugal. Essa era a primeira vez que Chloé Calmon participava da disputa do título sul-americano, mas a nota 10 garantiu o tricampeonato de Atalanta Batista.

“As condições estavam muito difíceis para competir, teve uma confusão no início da bateria porque não sabíamos se tinha começado ou não, mas sei que dei o meu melhor dentro da água e estou feliz pelo resultado”, disse Chloé Calmon. “Fico feliz em ver outras surfistas mais jovens do Brasil aqui, as peruanas também, vendo que a cada ano o nível está melhor e espero que continue assim. Não consegui a vitória que eu queria, mas todo resultado serve de aprendizado e já estou pronta para a próxima competição. Parabéns a todos pelo evento”.

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