Tubos e mais tubos

Charles, Heloy, Morgão, Lapinho e Capitol descrevem session inesquecível em Teahupoo


Na minha chegada, estávamos esperando um big swell para tow in. Era o que estava marcando a previsão, mas foi se dissipando e ficou 10 pés perfeito.

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Foi o swell mais surreal que eu já avistei pessoalmente na minha vida. Tudo no lugar certo, na hora certa. Era só remar para baixo que a onda fazia sua parte, e caminhar por dentro do salão. Era fácil e muito bom, perfeito...

E foi assim ao longo do dia: tubos e mais tubos! Ao final do primeiro dia, constatei que o amigo Marcelo Morgão estava com o joelho machucado, depois de uma porrada forte na rasa e afiada bancada de coral vivo.

Sangrando muito, ele voltou ao pico e foi avisado pelo taitiano que pilotava o nosso barco, para que saísse da água, pois o risco de ataque de tubarão era iminente.

Inconformado e chateado, Morgão ficou alguns dias de molho. Para a nossa "alegria" (risos), ele pôde pegar e assumir a câmera fotográfica.

Com seu feeling de surfista, registrou essas belas imagens que podem ser vistas na galeria. Ao amanhecer do segundo dia, chegou a minha vez de provar o amargo sabor da bancada de Teahupoo.

Machuquei a minha mão direita e o meu joelho esquerdo. Estou me recuperando, ansioso para o próximo swell. É impressionante como a bancada de coral vivo inflama a todos que têm o desprazer de prová-la.

Já no terceiro dia, foi a vez de Charles Coutinho, que teve o desprazer de vacar em cima da bancada rasa. Ele teve o joelho, o pé e uma parte das costas deixada para ser coberta para a próxima tatuagem (risos)!

Depois da passagem do perfeito swell, encostou uma tempestade de ventos e chuvas fortes no vilarejo de Teahupoo.

Isso fez direcionar a nossa trip para um lugar que eu tive o prazer de conhecer com minha esposa (Carol) quatro anos atrás: a famosa e paradisíaca ilha de Morea, também na Polinésia.

Lá, desfrutei de dias maravilhosos e deslumbrantes, com passeios aos resorts mais luxuosos do mundo; pude nadar ao lado de golfinhos, arraias e tubarões galha-preta.

Pretendo levar os meus amigos e relembrar os grandes momentos que passei na ilha, além de desfrutar de alguns reef breaks tubulares e varias Hinanos estupidamente geladas. Maururu, Tahiti (obrigado)!

Marcelo Morgão: "Estar com a equipe baiana faz toda diferença. O fotógrafo e surfista Marcelo Morgão, que pôde ficar atento e clicando o dedo em perfeita sintonia com as ondas que entravam no pico, assim como os surfistas Heloy Júnior, Lapo Coutinho, Charles Coutinho e Igor Capitol, uma baianada retada em Teahupoo.

Ficávamos delirando, pegando e falando "São os melhores tubos que já fiz na vida!". Sempre estimulando e tentando ir além do limite. Essa é a energia do surf e de estar com os amigos.

Ao chegar ao outside e pegar minha bomba, realmente pude sentir na alma - pela primeira vez na minha vida - o que é o big surf no pico mais perigoso do mundo. A insanidade de meus amigos faziam com que eu delirasse, em êxtase total, a cada bomba que entrava na rasa e afiada bancada de Teahupoo. Maruru (obrigado no Tahiti)!".

Igor Capitol: "É a realização de um dos sonhos na minha vida, poder conhecer a bancada de Teahupoo - que eu via nas revistas e nos filmes de surf desde garotinho - e saber que é imprescindível escolher a onda certa e estar relaxado na água, para evitar quebrar as pranchas e lesionar o corpo.

A onda forma vários ângulos críticos, de acordo com a bancada e o posicionamento do swell, o que forma um momento mágico".

Lapo Coutinho: "Estou muito feliz por ter surfado o melhor tubo da minha vida!".

Charles Coutinho: "Vim com o quiver preparado de 10 pranchas, todas shapeadas por mim mesmo, para encarar este swell.

No primeiro, tive a perda da minha prancha favorita, pintada exclusivamente por minha mãe para mim. Essa se perdeu ao vacar na primeira bomba. Nadei até o boat trip e peguei minha segunda prancha. Com ela, fiz os melhores tubos da vida.

Para a minha tristeza, constatei que, por mais forte que a prancha seja, as bombas de Teahupoo não perdoam, e assim se foi minha segunda prancha.

É mais um sonho realizado junto com meu irmão Lapinho Coutinho e meus amigos. A vibe correu extremamente positiva. Dedico tudo à minha família, que me ajudou a realizar mais um sonho. I love Maria e Bruna.

Fiquei feliz em pegar um tubão de 10 pés e tomar uma dose de whisky Green Label com os amigos. Iaorana (agradecimento taitiano)".

Agradecimentos especiais aos patrocinadores e colaboradores:

Heloy Júnior – Família, Radical Wave, FTC – Faculdade de Tecnologia e Ciências, pranchas Luciano Rangel e Da Kine

Marcelo Morgão – Família, ByGaragem e Glóbulos

Igor Capitol – Família, Pituba Bay, Glóbulos, ByGaragem e B'Longs

Charles Coutinho – Família, Musa, Necton

Lapo Coutinho – Família, Musa, Da Kine

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