Maratona de eventos

Confira entrevista com Taiwan Chan antes de embarcar para sequência de competições


Taiwan Chan embarca para três competições em Maresias (SP). Foto arquivo: Wallace Sampaio


O jovem ilheense Taiwan Chan vai embarcar para o litoral norte de São Paulo, onde participa de três campeonatos que acontecerão na praia de Maresias (SP), entre os dias 21 e 30 de julho.

Taiwan disputará o tradicional Hang Loose Surf Attack, que reúne as promessas do surf no Brasil e que revelou campeões mundiais como Gabriel Medina e Adriano de Souza. O Hang Loose Surf Attack será realizado entre os dias 21 e 23 de julho.

Na sequência, o atleta disputará a segunda etapa do Circuito Brasileiro Amador, que acontecerá de 25 a 28 de julho.

Por fim, Taiwan disputará a segunda etapa do Circuito Paulista Profissional, que atualmente é o principal campeonato válido pelo Brasileiro Profissional, nos dias 29 e 30 de julho. O Paulista Pro reúne os melhore atletas profissionais do país, à exceção dos 32 que figuram no Circuito Mundial realizado pela WSL.    

O atleta concedeu uma entrevista, com o intuito de contar como está sua preparação, expectativas e principais dificuldades com relação a participação em três eventos seguidos.

Você será o único atleta baiano a participar dos três campeonatos que acontecerão a partir do dia 21 em Maresias (SP). Como anda sua preparação física, já que será uma maratona de eventos?

Taiwan Chan - Realmente três campeonatos seguidos é puxado, mas acredito que meu treinamento seja mais (risos). Mesmo estudando, consigo surfar todos os dias e quando não surfo, estou praticando algum tipo de treinamento funcional ou alguma arte marcial. Como vocês devem saber, meu pai é professor de arte marcial, então treino não falta. Além disso, nestes últimos meses têm dado muito onda aqui no sul da Bahia, o que tem me ajudado a treinar bastante, inclusive com grandes nomes do surf baiano como Bruno Galini e Franklin Serpa. Podem ter certeza de que treinado eu estou (risos).

Você era uma das esperanças baiana no Pena Little Monster, em Itacaré, já que estava disputando praticamente em casa, além de ser um nome forte no Nordeste, visto que sustenta os títulos de campeão baiano Mirim e Junior de 2016. O que aconteceu para perder de primeira?

Não foi bem voar de cara, né? Eu já caí no terceiro round, teve gente que nem lá chegou (risos). Mesmo assim, fiquei muito chateado. Como disse antes, tenho treinado bastante e realmente sinto que podia ter feito uma final, especialmente por ser em Itacaré, mas não me achei no dia e acabei perdendo. O surf é assim mesmo, não pode vacilar e tem que estar preparado para perder também, sem pensar em desistir.

Qual dos três eventos você acha que tem mais chance de ganhar e qual deles gostaria de vencer?

Pra mim todos são bem difíceis, com atletas renomados e uma grande quantidade de bons competidores, mas tô aí (risos), acho que tenho condições de brigar pelo título em todos. Não acho que sou melhor do que ninguém, mas meu treinamento e meus resultados vêm mostrando que tenho condições de entrar na elite nacional do surf, e quem sabe a nível internacional no futuro (risos). Como não participei das duas primeiras etapas do Brasileiro Amador, o Paulista Pro e o Hang Loose Surf Attack seriam mais interessantes para meu ano e minha carreira. Devido à falta de grandes campeonatos no país, e com as novas regras da ABRASP, quem for campeão do Circuito Paulista provavelmente será considerado campeão brasileiro de 2017. Além disso, o Surf Attack é bem tradicional, né? Medina e Mineirinho já ganharam, seria irado ganhar também.

Percebemos que apenas este ano você começou a viajar para fora do Nordeste para competir. Qual o motivo, já que outros atletas começam a viajar mais novos?

Infelizmente temos dificuldade de conseguir patrocínio na Bahia e fica difícil para custear viagens de competição. Sem desmerecer nenhum estado ou região, a Bahia e o Nordeste sempre tiveram grandes talentos, no entanto, a falta de patrocinadores acabaram não deixando essa galera chegar mais longe no surf. Coisas que não são comuns no Sul e Sudeste. Lá, os guris desde pequeno tem patrocínio de bico. No entanto, como vocês sabem, ano passado teve algo quase que inédito na Bahia, um campeonato estadual forte, que foi o Tablas Surf Pro, com três etapas de R$ 10 mil. Foi nessa que praticamente iniciei minha carreira profissional e me consagrei campeão baiano Mirim e Junior, em uma competição de alto nível. No meio do ano de 2016, fechei contrato com a Tablas Surf Store e a Rocket Surfboards, e graças a eles fiz um cronograma para disputar os principais campeonatos nacionais este ano.

Quais são as suas principais dificuldades atualmente como surfista?

No meu caso, a falta de patrocínio já não é mais um problema. Atualmente, minha principal dificuldade é conciliar a escola, pois, como tenho viajado bastante, tenho que negociar no colégio para repor as aulas perdidas. Tanto meu pai quanto meus patrocinadores frisam muito a importância nos estudos, mas ao mesmo tempo cobram resultados no surf, então tenho que me virar, mas está dando certo.  

Tem mais alguma coisa que você queira falar para os leitores?

Pessoal, assistam às minhas baterias, ainda não sei qual site transmitirá as competições, mas com certeza será divulgado aqui no SurfBahia. Aliás, queria agradecer à equipe do SurfBahia, que realmente vem levantando o surf no estado. Não posso deixar de falar também das minhas pranchas, que estão um foguete. Há um tempo venho realizando um trabalho com a Rocket e aperfeiçoando cada vez mais minhas pranchas. Agradecer à Tablas Surf Store também, que é a grande responsável pelo meu ano de 2017, financiando todas as minhas viagens. E ao meu pai, Jabes, claro, que esta sempre me apoiando.

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