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SurfBahia bate um papo com Vitor Nassiffe, fotógrafo baiano residente na Austrália


O baiano Vitor Nassiffe vive o sonho de morar num país onde o surfe é uma paixão nacional, a Austrália. Após o início como estudante, Vitor agora se dedica ao sonho de viver como fotógrafo profissional num país de primeiro mundo.

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Batemos um papo com o baiano e na entrevista a seguir, Vitor conta um pouco de sua aventura australiana.

SurfBahia -  Como surgiu seu interesse pela fotografia?

Vitor Nassiffe - Meu interesse pela fotografia foi uma surpresa para mim e surgiu há 6 anos atrás. Desde criança era fissurado por filmagem, pegava a câmera de meus tios, chamava meus primos e começavamos a criar pequenos filmes de luta, bem amadores mesmo. Há uns 6 anos atrás decidi comprar minha câmera e pesquisando, descobri que as câmeras fotográficas HDSLR eram boas para foto e vídeo. Desde então não parei mais. Comecei a estudar sobre fotos e evoluir aos poucos. Descobri uma nova área pra mim, na qual me identifico e que hoje é minha principal fonte de renda aqui na Austrália. Comecei  tirando fotos de meus amigos surfando e das paisagens das praias as quais íamos surfar.

SB - Quais são suas inspirações na arte de fotografar?

vN - O que me inspira é sempre estar encontrando lugares novos e situações diferentes, e tentar eternizar esses momentos. Ter uma praia como “escritório” é uma grande inspiração para mim. Os três principais fotógrafos que tenho como referência e que eu busco sempre estar pesquisando são Chris Burkard, Morgan Maassen e Serge Ramelli.

SB - Você mora na Austrália há quase dois anos. Quais foram suas motivações para encarar essa mudança?

VN - A princípio minha maior motivação de vir para Austrália foi melhorar meu inglês, ter novas experiências de vida e viajar pra picos diferentes, que seriam impossíveis ou muito caros saindo do Brasil. Depois de minha segunda renovação de visto adicionei mais um objetivo, que era a minha vontade de viver com fotos e vídeos aqui na Gold Coast. A Gold Coast por si só é uma cidade bastante fotogênica, onde a cultura do surfe é bem forte e um clima bem parecido com o do Brasil, impossível não gostar dessa cidade.

SB - Conte um pouco de sua chegada na Austrália. Quais foram as dificuldades?

VN - A AustrÁlia é um pais que a gente não pode ter vaidade em questão de trabalho. Aqui a gente trabalha com coisas que nunca imaginÁVAMOS em trabalhar comO faxina, ajudante de cozinha, garçom, entre outros. Esses são os mais comuns por aqui. No ramo da fotografia o mais difícil é aparecer no mercado. Gold Coast é uma cidade com muitos fotógrafos. Se você aparecer em algumas praias mais famosas é normal encontrar fotógrafos na areia fazendo foto do crowd. Acho que não só a qualidade das fotos são importantes, mas também a sua rede de contatos e como você vai conseguir atingir seu público alvo.

SB - Quais os pontos positivos e negativos de morar fora?

VN - Os pontos positivos de morar fora é viver experiências novas e estar convivendo e aprendendo culturas diferentes e ao mesmo tempo estar aprimorando meu inglês. Acho que um ponto forte de morar aqui é a tranquilidade que tenho de sair com meu equipamento pra qualquer lugar e fazer minhas imagens sem aquele medo de ser furtado. É claro que pode acontecer em qualquer lugar do mundo, mas aqui a gente se sente mais seguro com relação a isso. O ponto negativo é estar longe da família e dos amigos, mas a gente tentar matar um pouco a saudade pelas redes sociais.

SB - Quais são suas ambições na fotografia? Tem alguma onda ou país que gostaria de fotografar?

VN - Minhas ambições na fotografia são muitas. Sei que estou no começo de uma jornada e tenho muito o que aprender. A princípio penso em fortalecer minha marca, com o foco em fotos e vídeos de surf, e no futuro abrir uma empresa direcionada para esse público e viver viajando e fazendo essas imagens nos picos mais irados de do mundo. Tenho muita vontade de ir fotografar em Mentawai, Hawaii, alguns picos na América Latina e América Central, Peru (Chicama), Costa Rica... Enfim, bastante lugar para visitar e tirar foto. No Brasil tenho muita vontade de fotografar a Cacimba do Padre em Fernando de Noronha. Acho um lugar mágico, com água cristalina, visual incrível e a onda perfeita.

SB - Quais os momentos mais marcantes que você viveu fotografando?

VN - O momento mais marcante foi minha primeira sessão aqui em Gold Coast. Tinha acabado de comprar minha lente e dois dias depois entrou um swell cinco estrelas. O também baiano André Teixeira me convidou pra fazer umas fotos dele e de alguns amigos em uma ilha na Gold. A onda quebrava em um beachbreak (um dos melhores que já vi). Foi a sessão com as ondas mais perfeita que fiz até hoje. O dia foi animal, chegamos no começo da manhã com uma luz incrível. Só tinha eu de fotógrafo, quem estava na água presenciou um dia épico e até hoje tem gente me procurando interessados nos registros desse dia.

SB - Você esteve na primeira etapa do Tour na Gold Coast. Como foi a sensação de cobrir um evento desse porte? Quais foram os surfistas que mais te impressionaram?

VN - Foi incrível ver os caras que a gente só vê nos videos e por foto ali do meu lado quebrando tudo, não tem preço. Os surfistas que mais me impressionaram com certeza foram o Filipe Toledo e o Ítalo Ferreira. Surf progressivo, todos os dois mandavam manobras fortes e aéreos para todo lado. Era bem legal de assistir na competição ou até mesmo quando eles estavam treinando.

SB - Gostaria de deixar alguma mensagem?

VN - Sou muito grato a minha família e amigos, que tem sempre me apoiado e incentivado. Sem eles nada disso teria acontecido, assim como minha namorada Katharina, que vem me incentivando e me ajudando nessa jornada. Quero agradecer também pela oportunidade e o espaço que o SurfBahia vem me dando.

* Para saber mais sobre o trabalho de Vitor Nassiffe acesse sua página no Facebook

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