Papo descontraído

Fabricio Fernandes bate um papo descontraído com Bruno Galini e Rudá Carvalho


Era o último dia do Circuito Brasileiro Amador no Rio de Janeiro, e nas areias da praia do Recreio encontrei Adalvo Argolo, Rudá Carvalho e Bruno Galini. Me senti em casa, na Bahia.

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Conversamos um pouco e me veio a ideia de fazer uma matéria com os dois super talentos, que representam tão bem a cidade de Ilhéus pelo Brasil e pelo mundo.

Uma curiosidade para quem não sabe, é que Rudá nasceu em Cuiabá e Bruno é carioca. Os dois são enfáticos em dizer: Nós somos de Ilhéus e somos Bahia, o que foi uma satisfação para mim.

Marcamos para nos encontrarmos no dia seguinte no canto do Recreio para checarmos os picos e fiquei de entrar em contato com um fotógrafo de surf para fecharmos a barca.

Não tive dúvidas para quem ligar. As fotos tinham que ser feitas pelo Fedoca, lenda viva do surf e da fotografia. Fedoca começou a competir e fotografar nos anos 60, ainda com uma velha câmera Mirage, e no Brasil todo, na fotografia, só existiam ele e a outra lenda do surf, Tito Rosemberg.

Fechei com o Fedoca um horário e fui dormir ansioso pensando em como fazer a matéria. Foi aí que tive a ideia de fazer algo diferente. O bate papo ia ser dentro d´água, da perspectiva de um fã, para que o leitor pudesse se sentir no meu lugar.

De manhã logo cedo separei o long John, a prancha, e antes de encontrar com os caras, fui fazendo um check nos picos, torcendo para que o meu quintal "Pipenine" ou Posto Nove do Recreio, estivesse do jeito, mas infelizmente a corrente e o vento estragavam o mar.

Acabamos caindo no Rico Point, na Macumba, que era o único lugar que estava segurando o vento. As ondas estavam demoradas, gordas e absurdamente geladas. O Fedoca estava na areia posicionado para garantir os clicks, com Rudá e Bruno na água, o show com certeza seria garantido. Não deu outra, batidas, aéreos reverses e todo tipo de manobras modernas fizeram parte do repertório desses dois super talentos.

Entre um bate papo no intervalo de uma série para outra, também achei algumas ondas, que o Fedoca não deixou de registrar e que coloco na matéria para mostrar ao leitor, que sempre podemos nos divertir no meio dos ídolos.

Depois de Bruno quase virar picolé com a água gelada, saímos do mar, conversamos um pouco com Fedoca, que é um cara muito alto astral, e fomos almoçar.

Conversamos sobre carreira de surfista, ondas, foco em campeonatos e planos para o futuro.

Bruno com um brilho intenso nos olhos, lembrou da etapa que ganhou do brasileiro em 2010, da viagem para as Mentawai, dos planos de viajar para a Austrália correr o WQS e de continuar perseguindo seu sonho de ser campeão brasileiro, que matematicamente, ainda pode ocorrer esse ano. Surf para isso ele tem de sobra.

Rudá, talento nato, surf inovador,  super competitivo, citou que o seu melhor momento no surf é agora. Muito empolgado com o filho que está para chegar (sua esposa está com quatro meses de gravidez), só pensava em se dar bem nos campeonatos e levar além do título, uma grana a mais para poder esperar o bebê com mais segurança. Também foi unânime, como Bruno, em falar que sua melhor viagem foi para  Mentawai.

Os dois competem juntos desde criança, mas longe de serem rivais, são grandes amigos, que se ajudam e incentivam mutuamente. Bruno tem como pico preferido, em Ilhéus, a Ponta da Pedra, em frente ao Aeroporto, e Rudá, as direitas internacionais do Backdoor.

Rudá e Bruno são dois grandes atletas e seres humanos focados, que cuidam da saúde, da preparação física e que ainda vão trazer grandes resultados nas competições para a Bahia e que hoje, tenho a sorte de chamar de amigos.

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