Fotógrafo cometa

Paulo Barcellos revela detalhes da carreira de fotógrafo ao baiano Myron Paterson


Evidentemente nada é fácil, concorda? Embora haja coisas na vida que cheguem com certa facilidade...

Mesmo assim, dizem as línguas populares, que tudo que é mais difícil de ser conquistado, merece o nosso maior respeito e valor. Afinal, você suou muito para conseguir tal momento.

O sucesso imediato é o sonho de consumo de muitos. Em um mundo em alta velocidade, queremos que todos os nossos projetos caminhem rápido e sejam reconhecidos o quanto antes.

Todavia, por mais ligeiro que um sucesso possa lhe acontecer, muitas vezes ele não vem de graça, normalmente exige uma belo esforço seu.

Esse reflexão veio quando conheci o trabalho de Paulo Barcellos como fotógrafo de surf. Conhecemos o Paulo Barcellos bodyboarder, que sempre encaixou fundo nos tubos com coerência, tranquilidade e uma bela sutileza nas maiores ondas do mundo.

Não há duvida de que Barcellos é um grande atleta do bodyboarding, o esporte aquático que proporcionou mais títulos mundiais ao Brasil. PB é desses bodyboarders com o peso do mundial nas costas, ano 2000.

Ao pensar sobre o sucesso imediato, estava refletindo ao mesmo tempo sobre o fotógrafo Paulo Barcellos. Dois anos de fotografia de surf. O que você esperaria de sucesso na fotografia com apenas dois anos? Algumas publicações em grandes capas de revistas de surf? Conseguir o primeiro lugar em um concurso de fotografia competindo contra fotógrafos renomados no mundo todo? Pois é, se você esperaria por isso, Paulo Barcellos conseguiu.

Confira o bate papo com Paulo Barcellos, fotógrafo de surf e bodyboarder campeão do mundo.  

Paulo, qual a sua história? Onde surgiu essa ligação com o oceano e as ondas?


Nasci em Guarulhos (SP), demorei pra encontrar o mar, mas quando aconteceu foi amor à primeira vista. Fui morar no Rio e desde lá não consigo ficar um dia sem ir à praia.

Sendo um campeão do mundo no bodyboarding, qual foi sua trajetória até chegar a esse momento seleto e para poucos, no ano 2000?

Sempre fui muito focado em tudo o que fiz. No bodyboarding, me esforcei muito e treinava como louco! Graças a Deus consegui me tornar um campeão mundial. Venci muitas barreiras no esporte, mas tive apoio da minha família e patrocinadores.

O Brasil é uma potência no bodyboarding. Foi a influência de atletas que fez você escolher os ARS, el rollos, em vez das batidas e rasgadas? O que há de mágico no bodyboarding?

O que eu mais gosto no bodyboarding é pegar tubo. Quanto maior e mais buraco, melhor! Adoro mandar ARS. Ver o mundo de cabeça pra baixo não tem preço. Como fui morar no Rio, as ondas ajudaram bastante nessa escolha.

Sabemos que sua escolha por fotografar partiu da influência de amigos próximos. Entretanto, percorrer os caminhos da fotografia foi uma escolha voluntária ou uma opção pela falta de o bodyboarding não ter lhe proporcionado outros caminhos além de ser atleta profissional?

Estava chegando uma hora em que não ia conseguir mais me sustentar e também a minha esposa. A fotografia caiu como uma luva, hoje em dia estou conseguindo ganhar meu espaço e vendo meu trabalho crescendo. Contudo, não abandonei o bodyboarding. Ainda continuo surfando todos os dias, competindo nas principais etapas do Mundial, e continuo patrocinado pela Gênesis, meu patrocinador há mais de 13 anos.

Todo bodyboarder ou surfista, ao fotografar momentos em que o mar está quebrando, passa pelo grande dilema: dropar umas ondas ou fazer umas fotos? Como você resolve isso?

Tem as horas de fotografar e surfar. Em ambas, sou muito profissional. Se preciso sair do mar pra fazer um determinado atleta, saio sem problemas! E tento render da melhor maneira possível. Logo que consigo, só deixo a caixa com alguém e já entro de bodyboard.

Hoje, o Paulo Barcellos vive financeiramente da fotografia? A publicação em diversas revistas conceituadas segura as contas no mês?

Sim, hoje em dia a maior parte do dinheiro vem da fotografia, mas continuo ganhando meu salário pela Gênesis.

Na fotografia, você é relativamente novo. Como você enxerga esse reconhecimento acelerado da mídia? Seria o seu talento nato ou sua história no bodyboarding ajuda nesse sentido?

Com certeza o bodyboarding me ajudou muito! Eu brinco muito quando falo isso. Eu não sei fotografar, e sim nadar muito bem! Onde me posiciono, poucas pessoas no mundo ficam, então todo esse respeito e ascensão na carreira foi devido ao bodyboarding.

Dois anos na fotografia, muito reconhecimento, um prêmio recente e diversos trabalhos em projetos bacanas e com grande visibilidade. Qual o seu sonho como fotógrafo?

Não deu tempo para pensar em sonho ainda. A única coisa que quero é continuar na água, seja surfando ou fotografando, e poder dar tudo para minha esposa e os nossos futuros filhos!

Para saber mais sobre o trabalho de Myron Paterson, acesse Lentesalina.com

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