Professor Pasqualin
Técnico de atleta olímpico chega a Salvador e comenta situação do windsurf
Aos 25 anos, o paulista Fernando Pasqualin é atleta e treinador de windsurf. Um dos destaques entre os participantes do Campeonato Sul-Americano que acontece em Salvador esta semana, ele esteve nos Jogos Olímpicos de Londres como técnico de Ricardo Winicki, o Bimba, representante brasileiro que terminou em nono lugar na classificação final da disputa em águas britânicas.
"Eu sou competidor, fui competidor a vida inteira, mas nos últimos três anos eu fui treinador do Bimba, que é o nosso representante olímpico. Fui para Londres, mas como treinador", contou Pasqualin.
No bate-papo com o SurfBahia, ele falou um pouco sobre o esporte, que luta para se tornar mais popular no Brasil.
O windsurf pode ser praticado por pessoas de todas as idades?
O windsurf é um esporte que tem bastante exigência física e é importante que o atleta esteja em ótima forma. Não é tanto de idade, mas é um esporte que exige também muita experiência para quem pensa em competição, porque é um esporte muito técnico e tático.
Existem muitas modalidades diferentes dentro do esporte?
No windsurf nós temos várias categorias diferentes. Na categoria Fórmula One Design, que essa que estamos disputando aqui, ela não é olímpica. Por exemplo, o Paulão (Paulo dos Reis), o objetivo dele não é ir para as Olimpíadas. A categoria dele não é olímpica. Ele foi vice-campeão mundial e tem vários títulos, mas é em outra categoria. No meu caso, sou treinador do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Esse campeonato reúne os melhores da América do Sul e é de altíssimo nível, pode ser equiparado a uma Olimpíada na categoria, porque aqui nós estamos competindo com os melhores do mundo.
O que falta para o esporte ser mais popular?
Falta, talvez, um pouco de visibilidade, os meios de comunicação darem atenção para os eventos, como vocês estão fazendo. Eventualmente, serem televisionados alguns deles. Isso acaba aproximando o público do esporte. O que acontece com a gente, não só aqui em Salvador, mas como no Brasil e no mundo, é que o esporte fica muito distante do público em geral. A pessoa não tem acesso. Isso acaba tornando o esporte não tão popular.
Dá para viver de windsurf?
É muito difícil. Eu e o Paulão, por exemplo, a gente tem a sorte de ter patrocinadores privados, empresas que apostam o dinheiro deles em nós. Mas isso é uma coisa muito rara. Somos da mesma equipe. Eles estão bancando tudo para a gente estar aqui. Se não fosse isso, a gente não teria possibilidade de estar participando desse campeonato.
Quais as suas pretensões para o Sul-Americano?
Não gosto de fazer grandes objetivos, mas minha pretensão inicial é ficar entre os cinco primeiros. A partir do começo do campeonato, se eu notar que tenho possibilidade grande de ficar entre os cinco primeiros, aí, com certeza, vou buscar um lugar no pódio. Ficar entre os cinco primeiros seria um resultado bem importante.