Solto na Oz

Tito Cezar conta um pouco de sua rotina na Austrália


Há tempos que o brasileiro busca a Austrália como destino de surf trip ou intercâmbio.

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Estudar, trabalhar, ficar pertinho da Indonésia, curtir as noites, ter uma experiência cultural diferente e muitos outros motivos, levam cada vez mais pessoas à terra dos cangurus.

Com a galera da Bahia não foi diferente. Já faz um bom tempo que a rapaziada tem feito a ponte aérea e ampliado a quilometragem nos tubos do outro lado do planeta.

Nomes como André Teixeira, Marco Fernandez, Franklin Serpa e muitos outros viveram ou ainda vivem o sonho que se torna realidade.

Representam muito bem o nome do nosso país e curtem um estilo de vida sensacional. Atualmente, uma leva de surfistas brasileiros, mais especificamente os baianos, invadiu a Austrália.

Sejam competidores ou free surfers, parece que cada vez mais a união entre o útil e o agradável tornou-se indispensável à vida dessa galera.

Quem vem encabeçando essa nova safra é Tito Cezar, que trocou Salvador pela Gold Coast. Além de estudar inglês e trabalhar, Tito vem surfando cada vez mais ondas perfeitas. Já desbravou picos como Snapper, Kirra, Burleigh Heads, Duranbah e Lennox Heads.

Resolvemos ir atrás desse guerreiro dentro e fora da água e elaboramos algumas perguntas. Confira abaixo a entrevista.

SurfBahia: Tito, vamos começar pelo o que todo mundo quer saber. Tem altas ondas mesmo? É muito diferente da Bahia?

Tito Cezar: Sim, aqui tem altas ondas, muitas bancadas tubulares, picos de point break e beach break com formações perfeitas. A diferença é que as ondas daqui têm muito mais tubo.
 
SB: E o crowd? Vemos fotos da Austrália de line ups infestados de surfistas. Parece impossível de sobrar alguma onda boa e da série. Tem muito crowd mesmo?

Tito: O crowd aqui é constante, por se tratar de um lugar muito assediado por surfistas do mundo todo, mas no meu caso não atrapalha, sempre pego boas ondas da série.

SB: Estudar, trabalhar e ainda surfar. Dá tempo de fazer tudo? Conte um pouco de como funciona a sua rotina diária.

Tito: Estou com a vida que pedi a Deus. Tudo o que sempre sonhei era isso: ter tempo e condições para fazer tudo o que queria. Acordo todos os dias 6 horas da manhã e vou para a escola aperfeiçoar meu inglês, saio da escola 2 da tarde e vou direto surfar. Surfo até 4 e meia e 5 horas da tarde começo meu trabalho, que termina às 11 horas da noite. É assim minha vida aqui, estou amarradão.

SB: Como o surfista australiano tem recebido os brasileiros dentro da água? É verdade que temos fama de fominhas no surf ou é só saber chegar?

Tito: Com certeza, todo lugar do mundo tem os folgados e tem os que sabem chegar. No meu caso está sendo tranquilo, todos os gringos falam comigo, inclusive os tops do mundo Mick Fanning, Parko, Josh Kerr, Adam Melling, Julian Wilson. Todos muito humildes. Estou bem adaptado aqui, evoluindo bastante, não somente no surf, como no inglês também.

SB: E fora da água? Como eles nos recebem na hora de procurar emprego, alugar apartamento, fazer compras, pedir informações, etc?

Tito: Da mesma forma que no surf, é só saber chegar que será bem tratado. Na busca por trabalho, casa e tudo mais. Fiz bons amigos aqui, os australianos são gente finíssima, têm muita educação e humildade, me sinto realmente em casa.

SB: Esse papo de Primeiro Comando, o que é e como surgiu essa brincadeira? Quem são os brasileiros que andam com você no dia-a-dia?

Tito: É bem engraçado esse lance (risos). Tudo começou em meio ao crowd de D´Bah. Surfamos altas ondas e lá estavam alguns tops mundiais como Parko, Mick e outros. Toda hora que alguém da nossa galera pegava uma onda boa da série, gritávamos “o comando é nosso” (risos). Daí, surgiu a brincadeira do “Primeiro Comando”. Minha turma aqui é grande, tenho meus amigos baianos - Higor Fiúza, André Teixeira, Guto Boni, Guilherme Almeida, Tarssio Burgos, Wheslen Christian, Ibsen Bocão, Renato Lopes e Otavio Augusto. Essa é a minha família aqui na Austrália.

SB: O aprendizado do inglês fica mais difícil por andar com muito brasileiro?

Tito: Sim. Graças a Deus estou indo muito bem no meu aprendizado. Aqui eu falo muito mais inglês do que português por causa da minha rotina. Tenho curso de 6 horas de inglês pela manhã e, à noite, mais 6 horas de inglês no meu trabalho. Ou seja, já são 12 horas por dia só falando inglês. Só tenho que falar português à noite, quando volto para casa para dormir, e sempre estamos falando inglês, um aprendendo com o outro. Resumindo, o inglês está solto (risos).

SB: E a night? Tem muita mulher bonita? Elas são acessíveis para nós, brasileiros?

Tito: As australianas adoram brasileiros. Porém, os baianos elas amam! As noites aqui são as melhores que já vi. Só mulheres lindas e comunicativas.

SB: E os campeonatos locais? Pretende correr?

Tito: Sim, vou correr todo o circuito e, enquanto não começa, estou treinando forte.

SB: Deixe uma mensagem para galera do SurfBahia:

Tito: Gostaria de agradecer ao SurfBahia por tudo que fazem por nós, atletas. Continuem assim. Queria agradecer também ao pessoal da Information Planet Salvador, por ter me indicado à escola Burleigh Heads Language Center. A escola é excelente, a localização é ótima, estou adorando o curso e recomendo aos brasileiros que quiserem vir pra cá estudar.  

*Tito Cezar viajou para Austrália através da agência Information Planet.

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