Palavras do campeão
Davi do Skate fala sobre a conquista do título baiano master de 2011
Com o cancelamento da última etapa do Circuito Baiano Master, o ilheense Davi do Skate foi coroado campeão baiano da categoria Master em 2011.
O título foi mais do que merecido, já que o atleta participou de todas as finais do circuito.
O ano começou com um 2º lugar em Itacaré, depois veio a vitória na etapa em Valença e um 4º lugar em Ilhéus.
O local da praia do Norte, em Ilhéus, tem ainda outro motivo de orgulho: seu filho Davi do Skate Jr., de apenas nove anos, que, assim como o pai, já iniciou no mundo das competições.
Davi, que também é shaper, tem uma fábrica (Destack Evolution) em frente às ondas da praia do Norte e vê seu filho começar a despontar no cenário local, assim como Dennis Tihara e Saulo Marques, que no passado deram suas primeiras manobras nos foguetes shapeados por ele.
Como foi o ano de 2011 nas competições?
O ano foi maravilhoso para mim nas competições, porque fui campeão baiano pela primeira vez. Consegui fazer três finais - um 1º, um 2º e um 4º lugar. Gostaria de ter vencido a última etapa por surfar em casa, mas, mesmo assim, foi um aproveitamento muito bom.
Qual das etapas foi a mais emocionante?
Sem dúvidas a etapa no Guaibim, em Valença. Ganhei surfando bem e meu filho Davi Jr., que também surfou muito e conquistou o vice-campeonato na categoria Infantil.
Durante o ano, quem foi o adversário mais difícil?
Não digo o mais difícil, mas o cara que mais incomodou nas baterias foi Dalmo Meireles. Ele é Grand Master (acima de 40 anos) e nas baterias sempre achava as ondas boas e não foi à toa que acabou vice-campeão na Master. Outro cara que sempre dá trabalho é Hélio Rocha, que surfa bem e manobra muito forte.
O que você achou da organização do Circuito Master em 2011?
Em geral foi bom. Tivemos etapas excelentes, como em Itacaré e Valença, mas Ilhéus infelizmente ficou a desejar, tanto a nível de organização, quanto de julgamento.
E o que poderia ser feito para melhorar em 2012?
Nós temos muitos profissionais que já têm idade para competir na categoria Master, portanto uma premiação em dinheiro em todas as etapas atrairiam esses atletas e o circuito ganharia mais nível técnico e muito mais credibilidade. Como eu já disse, no geral o circuito foi bom, mas acredito que sempre podemos melhorar, seja na parte técnica, seja na estrutura e organização ou na parte do julgamento.
Qual a expectativa para 2012?
Eu tenho gás e vontade de voltar a correr o Baiano Profissional, mas sem um apoio fica difícil viajar e não tenho condições financeiras, mas as etapas que acontecerem em Ilhéus ou Itacaré, com certeza participarei.
Você também é shaper. Comente um pouco o teu trabalho.
Sou shaper e surfo com minhas pranchas (Destack Evolution) há 16 anos. Venho tentando diminuir o tamanho das pranchas para me adaptar ao surf moderno, mais progressivo. Graças a Deus, tenho trabalhado muito, fazendo uma média de 20 pranchas por mês e sempre me atualizando às mudanças. Aos poucos vou incrementando minha oficina e trabalhando com os melhores matérias primas. O resultado, as pessoas podem conferir com as minhas performances, com meu filho Davi - que está quebrando com minhas pranchas -, além do Halisson Melgaço, que foi campeão ilheense Mirim surfando com meus shapes.
Como é ver seu filho iniciando nas competições?
É complicado falar do meu filho. As pessoas podem achar que estou exagerando, mas quem me conhece sabe que de surf eu entendo. O moleque está na água desde os dois anos de idade e vem evoluindo muito rápido. Para a idade dele, surfa muito bem e com estilo. É estudioso, sabe da importância da educação e este ano vai começar a aprender inglês. Eu acredito que se continuar nesse ritmo, vai dar trabalho nas competições e, quem sabe, ser um profissional. É um talento, mas não vou ficar falando muito, não. Deixa a galera ver com os próprios olhos (risos).