Mandinho dá a letra

Armando Daltro comenta projetos para 2012 e primeiros anos de gestão na FBS


Há dois anos no comando da Federação Baiana de Surf (FBS), o ex-top da elite mundial Armando Daltro comemora o resgate do circuito baiano profissional depois de cinco anos.

Em 2011, o circuito consagrou Rudá Carvalho como novo campeão estadual.

Porém, "Mandinho" ainda não está satisfeito e busca patrocínio para promover o festival baiano de surf e fortalecer a equipe baiana no Brasileiro Amador.

Em entrevista ao SurfBahia, ele conta seus principais projetos como presidente da FBS e fala sobre os primeiros anos de gestão na entidade.

 

Está sendo mais difícil do que você esperava ser presidente de uma entidade?

Sim, não está sendo fácil realizar os eventos e fazer com que a base do surf baiano volte a ter um número expressivo de talentos. Estou me cobrando muito, além de estar acumulando muitas funções. Está faltando tempo para tanto trabalho.

Quais as suas maiores dificuldades?

Por enquanto é, sem dúvida, fechar as cotas de patrocínio dos nossos principais projetos, o Festival Baiano de Surf e a equipe baiana amadora. Sem as cotas fechadas logo no início do ano, é impossível fazer um trabalho com planejamento.

Alguma decepção nestes dois anos de gestão?

Não acho uma decepção, mas esperava ter conseguido um maior apoio do empresariado local. Isso é questão de tempo. Mostrando um trabalho diferenciado numa gestão voltada para o esporte, tenho certeza que os mesmos irão nos apoiar em breve.

Quais os principais planos para 2012? Alguma novidade no circuito?

Pretendemos dar continuidade ao trabalho realizado em 2011. A novidade seria realizar o Festival Baiano de 2012 em dois finais de semana seguidos, na mesma praia, sendo a categoria Pro/Am em um final de semana e as demais no outro, mas essa é uma ideia que será amadurecida e vai depender dos custos. Vamos incentivar as associações para que voltem a realizar seus circuitos. Existem muitas associações que não estão fazendo nada. O número de atletas está diminuindo a cada ano. As associações que realizarem etapas num padrão mínimo poderão ter seus eventos contando pontos para o ranking baiano.

Alguns internautas questionam se os amadores serão tops na Pro em 2012. O que tem a dizer sobre isso?

Em minha opinião, a categoria é Pro/Am, então os direitos são iguais. Pagamos a premiação para os amadores integralmente. Se o atleta chegou à frente de um profissional, foi por mérito único dele. De qualquer forma, ainda não foi definido utilizar pré-classificação em 2012.

Como anda a equipe baiana no Brasileiro Amador?

Em 2010 e 2011, tivemos uma atuação abaixo das expectativas. Iniciamos algumas  atividades em equipe, mas foi pouco para cobrar resultados. Alguns atletas não renderam o esperado, mesmo sendo o primeiro ano de Brasileiro, mas de qualquer forma serviu como experiência para 2012. Se tivermos o mesmo apoio da Embasa para 2012, acredito que poderemos melhorar muito a nossa colocação por equipe. Destaque para o vice-campeonato de Wallace Sampaio na categoria Iniciante, na etapa de Arraial do Cabo (RJ).

Os internautas elegeram as etapas de Jaguaribe e Stella Maris como as melhores do ano. Tiririca foi a terceira e Morro a quarta. Concorda com esses votos?

Em relação à estrutura, realmente as etapas de Salvador (Jaguaribe e Stella Maris) foram disparadas as melhores. Para mim, o circuito não pode deixar de passar por locais como Olivença, Itacaré, Villas, Praia do Forte, Morro de São Paulo e outras praias paradisíacas de nosso litoral. Teríamos que alternar esses picos, já que o circuito não comporta tantas etapas. O difícil é convencer os patrocinadores de que mesmo em praias com menos visibilidade podemos oferecer retorno em outras mídias.

O que a FBS pretende fazer para que os baianos que são tops da elite brasileira participem com mais frequência do Baiano Pro?

Como citei no início, se conseguirmos vender o nosso projeto com antecedência, poderemos planejar as nossas etapas adequando ao calendário regional e nacional, contando assim com a maioria dos nossos representantes.

Ainda sobre os tops, em quem você mais aposta e o que falta para algum deles chegue à elite mundial?

Acredito muito em Marcos Fernandez, pela trajetória que vem tendo. Já está numa grande empresa há alguns anos e acredito que terá apoio para correr o Mundial. Pode, sim, chegar ao WT. Rudá Carvalho, Bruno Galini, Bernardo Lopes, Franklin Serpa e Dennis Tihara estão surfando muito e precisam viajar mais para competir fora do Brasil e acreditar que podem fazer parte do WT.

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