Eterno baiano

Em entrevista ao IBahia, Jojó de Olivença comenta sucesso na carreira


Fim da década de 80, começo dos anos 90... Nesta época o surf brasileiro tinha um soberano com sangue baiano.

Primeiro da história a conquistar um bicampeonato brasileiro na categoria profissional, passagem pelo seleto grupo dos 16 melhores do mundo e recentemente considerado o melhor surfista da história do Circuito Nacional.

Depois de marcar seu lugar na história e, literalmente, ficar na crista da onda, Jojó de Olivença atualmente se dedica a fazer com que crianças vejam no esporte uma opção para também fazer a diferença.



A voz tranquila na conversa ao telefone com o iBahia Esportes mostra que Jojó, hoje aos 44 anos, está satisfeito com o rumo que a vida tomou.

Morando no Guarujá, litoral paulista, desde 1989, quando começou sua carreira, e na companhia da esposa e dos dois filhos, a ocupação principal do eterno sufista é uma ONG criada por ele, que promove a prática esportiva para menores carentes, o Projeto Ondas.



"Criamos o Projeto Ondas em 2000. Em 2007 ele se tornou uma ONG. Eu me dedico a isso em tempo integral e nas horas vagas eu treino, sempre que dá, até porque ainda estou competindo na categoria Master", explica Jojó.

O baiano não só está competindo, como é o atual vice-campeão mundial da categoria Grand Master, para surfistas com mais de 40 anos. "Não dá pra abandonar o surf, para mim ele é uma das motivações da vida".



Os tempos áureos deixaram boas lembranças no ipiauense que se criou na vila de Olivença, em Ilhéus. "Foi muito bom toda a experiência adquirida a partir do momento em que eu deixei a pacata Olivença e fui conhecer o Brasil. A andaça toda... esse processo ajudou muito em minha vida".



A parte ruim da época de conquistas ele não gosta de lembrar, mas conta que aconteceu ainda no começo da carreira, quando adolescente. "A única coisa que foi uma experiencia muito negativa foi aos 13 anos, quando eu me envolvi com algum tipo de drogas. Mais tarde eu consegui superar, através de um relacionamento. Essa foi a parte ruim. O restante foi só sucesso, só alegria".


Legado Além da oportunidade de criar o Projeto Ondas, o surf e os tempos de competição renderam bons frutos a Jojó. Isso porque, como ele mesmo ressalta, soube aproveitar. "Eu me considero não só bem sucedido nas competições, mas financeiramente também. Eu fui um dos poucos da minha geração que tinha uma cabeça no lugar e consegui construir um patrimônio durante a minha carreira. Mas muitos atletas como eu não conseguiram isso".



Quanto ao reconhecimento pelas conquistas sobre a prancha, o baiano diz que sempre é abaixo do que o atleta espera, mas ainda assim algumas surpresas boas surgem pelo caminho. Uma dessas foi o reconhecimento dado pela Associação Brasileira de Surfistas Profissionais, a ABRASP, que recentemente proclamou Jojó como o melhor surfista da história do Circuito Nacional, somando todos os pontos conquistados na carreira.



Um desejo Apesar de morar no Guarujá há mais de 20 anos, Jojó garante que a Bahia continua sendo a terra do seu coração e não esconde os planos para o futuro. "Quero muito poder viver a aposentadoria na minha querida Olivença, voltar para a Bahia. Mas de qualquer forma, volto lá todos os anos para visitar minha mãe e outros familiares". Quando saiu do Estado, em 1989, ele tinha acabado de conquistar o primeiro título Brasileiro Profissional, feito que repetiria em 1992.

Fonte IBahia

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