A estreia de Rudá

Rudá Carvalho revela os momentos marcantes da sua primeira passagem pelo Hawaii


Depois de passar sua primeira temporada no Hawaii, o top da elite brasileira Rudá Carvalho concedeu uma entrevista ao portal Rip Star.

O baiano de Olivença contou sua impressões sobre o pico e elogiou bastante o desempenho do conterrâneo Dennis Tihara.

Como foi aterrissar no Hawaii pela primeira vez? Quais foram suas impressões?

Eu estou muito feliz em chegar ao berço do surf. Para mim, aquele lugar é realmente a faixa preta. Quem representar lá pode ser chamado de mestre (risos).

O que você achou da hospitalidade? Tinha alguém com você lá?

Olha, os havaianos têm seu jeito de ser, mas todos te tratam normalmente. Se você ficar na sua, não vai ter problemas. A minha barca foi com Messias Félix e Heitor Alves. Nos últimos dias, Silvana Lima e a videomaker Tati Rodrigues também ficaram com a galera.

O Hawaii parece com o Brasil? O que você destaca que o Hawaii tem de bom, além das ondas?

O Hawaii tem um clima bem parecido com o do Brasil, faz sol e chove, mas nunca faz frio. Parece bem a nossa Bahia. Além das ondas, o que tem de bonito aqui é certamente a natureza, pois os locais têm uma consciência ambiental muito forte e preservam bem os animais marinhos e sua flora.  

Qual foi seu maior objetivo nessa temporada? Qual o quiver que você usou?

Meu objetivo era me dar bem em Haleiwa e tentar competir em Sunset, mas, como não teve a vaga em Sunset, fiz fotos e filmagens. Meu quiver foi uma 5'10, 6'2, 6'4, 6'7. Levei mais uma grana para comprar as pranchas grandes, mas acabo que não houve swell com ondas muito grandes.

Quais as ondas que mais impressionaram? Rendeu boas sessões?

A verdade mesmo foi que eu não surfei um Sunset enorme e um Waimea, mas só fiquei impressionado com Pipe, pois no dia em que surfei, eu quase morri, já que a onda é muito forte, algo que nunca tinha visto. E nesse mesmo dia em que eu quase me afoguei, eu tirei um tubinho legal em Pipe e para mim foi o melhor da minha trip, porque ele foi em Pipe e também porque não peguei mais nenhum swell desse um lá.

Conta alguma experiência interessante que rolou!!

Foi mesmo a do caldo. Não me lembro bem o dia, mas Dennis chegou pilhando para irmos a Pipe e resolvi ir com ele, pois ele disse que estaria nível 2 ou 3 e era perfeito para aprender! Bom, chegando no pico, realmente eu estava tranquilo para surfar e relaxado, mas na minha primeira onda fui para Backdoor e, em vez de descer a onda toda - mesmo ela fechando -, eu saí. Foi quando entrou a maior série da caída. Sai remando para cima dela para ver se ainda conseguia furar, mas não deu. Tomei a onda enorme na cabeça e fui massacrado. Levantei sem ar e mole, já recebendo a segunda da série. Fui arrastado para a beira muito rápido. Bom... Voltei para o pico mole e nervoso, mas no fim deu certo, pois eu fui me adaptando ao mar e consegui pegar várias ondas e dois tubinhos: um mais ou menos e um bom.

E o crowd?

É punk, muita gente do mundo todo e isso é difícil porque você não sabe quem é local ou não. Mas assim, você tem que abaixar a cabeça e esperar a a sua. Quando estiver no pico e for sua vez, os locais às vezes respeitam e você vai surfar uma onda incrível.

Quem foram os caras que se destacaram, que você viu boas performances?

Dennis é para mim o que mais se joga em Pipe e vi outros caras também como Ricardo dos Santos, que pegou altos tubos, mas a supremacia dos locais é impressionante. Eles vêm sempre nas melhores ondas e fazem sempre os tubos que deixam a praia de boca aberta!

Teve algum brasileiro que chamou atenção? E o gringo?

Como disse na pergunta anterior, Dennis tem o meu voto aqui no Hawaii. Dos gringos, o Kalani Chapman.

Como foi o seu dia-a-dia?
 
É muito fácil! É acordar, tomar café, pegar o carro e olhar todas as ondas. Se estiver bom, rola uma surf. Se não estiver legal, é natação e mergulho.

O que achou da vitória de Raoni Monteiro?

Realmente foi uma vitória incontestável , pois ele superou os gringos de uma forma esmagadora na casa dos gringos. Adorei ver um brasileiro campeão em Sunset.

Seu conterrâneo Bruno Galini acabou de conquistar o título nordestino. Foi merecido? O que você tem a dizer de Bruno Galini?

Com certeza Bruno merece isso e muito mais, e que a empresa que o apoia ajude o nosso amigo a entrar no World Tour. Para Bruno, tenho a dizer que torço muito por ele e que essa boa fase nunca acabe, pois ele é um vencedor.

Quais os principais planos ainda para 2011?

Quero competir o Tour desde o inicio e mostrar a todos que eu posso entra no WT.

Para finalizar, deixe uma mensagem para quem acredita em seu potencial.

Muito obrigado a todos e que vivam o real espirito do surf, sempre surfar e aproveitar o seu dia. Surfar é sagrado!

E aos seus patrocinadores...

A Smolder realmente me deu um suporte este ano para que eu fosse aos WQS; a Arnette, que acreditou também no meu trabalho, e a Reis, que fez as minhas pranchas o ano todo, só foguetes . Muito obrigado também ao Rip Star e SurfBahia pela força de sempre com matérias e reportagens sobre o surf do nosso estado.

Fonte Rip Star
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