Foco nas ondas

Bruno Veiga fala sobre a arte de fotografar as ondas


Bruno Veiga é um fotógrafo baiano formado em Educação Física que deixou sua profissão por amor à fotografia.

Com um vasto currículo na fotografia, Bruno tem várias viagens na bagagem como Indonésia, Fernando de Noronha e a mais recente, Arica, Chile.

Ele também já teve suas fotos publicadas nas melhores revistas do país, como a Fluir, e atua como colaborador dos sites Waves e SurfBahia, bem como o jornal SurfBahia Mag.

Em entrevista concedida ao blog cearense Difusor, Bruno Veiga conta um pouco de sua experiência fotografando dentro e fora d'água, sempre mostrando muito talento com uma câmera na mão.

Você é formado em Educação Física, certo? Como foi deixar de ser educador para virar fotógrafo?

Isso, sou graduado em licenciatura em Educação Física pela UCSAL. Trabalhei durante 10 anos na área educacional, mas depois que fiz minha primeira viagem pra Indonésia, descobri que não dava mais pra ficar longe do surf, aí que veio a ideia da fotografia.

Começou de forma inusitada, sem muito planejamento, comprei um equipamento básico, fiz dois cursos de fotografia e no ano seguinte parti pra Indonésia com o intuito de passar toda a temporada fotografando por lá. Enfim deu tudo certo, e agora que já se passaram três anos, a "brincadeira" virou profissão.

É muito difícil bater fotos dentro d'água quando o mar está muito grande?

Normalmente as condições mais extremas não são as mais indicadas para fotografar dentro d'água, nestas ocasiões é mais recomendado o uso de jet-ski ou um bote, mas até 8 ou 10 pés, se tiver liso e sem correnteza, dá pra encarar. Gosto muito de fotografar nestas condições, mas ainda tenho muito o que aprender, requer bastante experiência e preparo físico.

Você faz algum tipo de treinamento para passar muito tempo dentro d'água batendo fotos?

Faço sim. Fui atleta de natação durante toda a vida, minha especialidade eram as provas de fundo (800 e 1500 metros) e também as maratonas aquáticas. Tudo isto me deu uma base muito boa para fotografar dentro d'água. Hoje ainda continuo nadando, mas o foco de minha preparação hoje é Ashtanga Yoga.

Conta alguma história ruim que você tenha passado dentro d'água.

Este ano fiquei dois meses no Chile fazendo uma matéria pra Fluir, e no penúltimo dia entrei na água pra fazer umas fotos em "El Gringo", com certeza um dos lugares mais sinistros que já fotografei. Ondas pesadas, tubulares e com pedra em tudo quanto é lado. Fiz uma foto boa de um brasileiro na primeira onda da maior série do dia, aí ela me puxou pra cima das pedras e tomei toda a série na cabeça. Resultado, minha caixa estaque bateu na pedra, quebrou e eu tive um bom "preju", mas faz parte.

Como foi essa temporada que você passou em Arica?

Muito boa. Arica é um lugar que vou voltar todo ano, as ondas são muito constantes, pesadas e tubulares e, o que é melhor, muito pouco crowd.

Bruno, conta um pouquinho sobre seus equipamentos.

Acabo de migrar para a Canon. Investi pesado, estou usando uma 7D, câmera muito boa. Apesar de não ser full-frame, é perfeita para fotografar esporte. Com duplo obturador, a velocidade dos clicks sequenciais impressiona. Comprei também uma lente 600mm que estou usando para fotografar fora d'água, essa lente dispensa comentários, simplesmente animal. Dentro d'água ainda uso Nikon, a câmera é uma D90, normalmente uso uma fish eye 10.5mm. Minha caixa estanque foi feita por Ivan, lá de Floripa.

Fonte Blog Difusor
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