Hora da decisão

Nosso colunista Lalo Giudice opina sobre a disputa do título mundial na última etapa, em Pipeline


Gabriel Medina é o favorito ao título segundo nosso colunista. Foto arquivo: WSL


Após um mês de altas ondas, grandes emoções e eventos super importantes no arquipélago havaiano, finalmente chegou a hora do tão sonhado Pipe Master, última etapa do Circuito Mundial de Surf profissional, com janela aberta a partir do dia 8, amanhã, até o dia 20 de dezembro, no North Shore de Oahu.

Apenas três surfistas tem chance de erguer o tão sonhado troféu de campeão mundial de 2018. O líder do ranking, Gabriel Medina, seguido do australiano Julian Wilson e Filipinho Toledo. Diante disso, para esta coluna, vou procurar me limitar apenas a esses atletas e fazer um resumo do que poderá ser esta disputa.

Gabriel é o líder e grande favorito. Como de costume, tem um começo de ano quase sempre sonolento, virando a chave, vamos dizer assim, no meio do ano em diante, mais precisamente na etapa de J-Bay, onde nunca ganhou por lá, mas consegue sempre bons resultados, onde esse ano foi uma quinta colocação. Atipicamente, bem antes disso, no inicio do ano abocanhou um terceiro em Bells, a onda que mais dificulta seu surf, o que lhe deu um motivação maior ainda para o resto do ano.

Então vem o “segundo turno”, com Teahupoo, Rancho, França, Portugal e Hawaii, onde o fenômeno de Maresias é quase imbatível. Quase imbatível mesmo. Já ganhou todas essas etapas, menos a de Pipeline, onde já fez duas finais, mas não conseguiu chegar no lugar mais alto do podio.

Com um titulo mundial em 2014, terceiro em 2015, terceiro em 2016 e segundo em 2017, sendo que disputou todos os títulos mundiais até a última etapa, exceto em 2016, onde John John Florence se tornou campeão antecipadamente ainda em Portugal, considero o paulista, desde a primeira coluna deste ano, o melhor surfista do mundo na atualidade e aposto minhas fichas em seu segundo titulo mundial, com ou sem drama.

Não somente eu, mas talvez o Brasil todo esteja torcendo para Medina, vide o vídeo publicado no Instagram do seu Instituto, onde as maiores personalidades do esporte, arte e música brasileira, estão enviando mensagens de apoio a nosso campeão, como Pelé, Neymar, Gisele Bundchen, Anitta, Luciano Huck, entre outros.

O azarão do líder do ranking, ao meu ver, em todos os aspectos, é o super talentoso Julian Wilson, a verdadeira pedra no sapato do brasileiro. Não só porque esta na cola do ranking, mas sim pelas inúmeras vezes que se encontraram, com certa vantagem para o australiano. Vitória em Pipe, Teahupoo, Portugal, todas em finais.

Entuba muito e para os dois lados, tanto esquerda quanto direita. Vai vir na maior e melhor da série sempre. Porém, para o australiano, só a final interessa, caso contrário o titulo fica com Medina.

Já Filipinho, a meu ver, sentiu a pressão. Perdeu na perna europeia, tanto em Portugal, quanto na França, surfando muito, mas sucumbiu diante de adversários inspirados, o que lhe fez descer de primeiro do ranking pra terceiro (está empatado com Julian Wilson perdendo no desempate). Terá um grande desafio se as previsões se confirmarem de mostrar que entuba bem de backside. Pra direita, em ondas de até 2 metros ele já provou pro mundo que entuba profundo, mas pra esquerda está seu calcanhar de Aquiles. Em Teahupoo esse ano, chegou a ficar em terceiro, mas em um mar que não passou dos 5 pés.

Desafio e tanto para o ubatubense, que se passar todas as baterias e Julian também, se encontrarão na semi final, o que nos permite antecipar que só um dos dois pode tirar o titulo de Medina, já que só a final interessa.

Acredito muito no potencial de Filipinho e um titulo mundial para ele não seria nenhuma zebra e sim muito mérito.

Sendo um pouco mais incisivo e conforme os últimos resultados do ubatubense, até mesmo nestas duas semanas que se passaram, onde aconteceram as duas etapas da Triplice Coroa Havaiana em mares imensos, Toledo não chegou a fazer uma semi final se quer, o que pode ter negativado mais ainda seus pensamentos e confiança. Espero que esteja com a cabeça no lugar, mas não é o que aparenta.

Para finalizar, precisamos parabenizar um guerreiro, grande surfista, determinado e que de ano em ano, mais precisamente no fim do ano, mais precisamente no Hawaii, sendo um pouco redundante, aos 45 minutos do segundo tempo, enche nossa nação nordestina de orgulho.

Um enorme parabéns Jadson André, você merece!

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