Disputa ferve

Julian Wilson vence na França e Gabriel Medina assume a liderança do ranking


O australiano Julian Wilson conquistou sua segunda vitória na temporada e acabou com a longa série de sete vitórias consecutivas do Brasil no World Surf League Championship Tour 2018. A decisão do Quiksilver Pro France foi australiana como na primeira etapa, com Julian derrotando o convidado Ryan Callinan com a mesma arma que usou para barrar Gabriel Medina com uma nota 10 nas semifinais, o aéreo reverse de backside nas esquerdas de Les Culs Nus. Medina tinha acabado de assumir a liderança na corrida pelo título mundial e agora Julian Wilson entra na briga, já com chances de disputar a lycra amarela do Jeep Leaderboard com ele e Filipe Toledo no MEO Rip Curl Pro, que começa na terça-feira em Portugal.

Com a derrota de Filipe Toledo na terceira fase para a grande surpresa do Quiksilver Pro France, o convidado Ryan Callinan, Medina precisava chegar nas semifinais para lhe tirar o primeiro lugar no ranking. Ele já tinha feito isso cinco vezes nos sete anos que competiu na França e conseguiu de novo, ganhando a reedição da sua vitória na final do ano passado com o havaiano Sebastian Zietz na última quarta de final. Aí encontrou o mesmo Julian Wilson com quem decidiu o título em Hossegor em 2012, quando tentava o bicampeonato em sua segunda participação na etapa francesa do World Surf League Championship Tour.

Foi uma verdadeira batalha aérea nas esquerdas de Les Culs Nus e o australiano completou um “aéreo reverse” muito alto logo no início da bateria, que os juízes deram nota 10 unânime para ele, a única de todo o campeonato. Mesmo assim, Medina correu atrás e foi em várias ondas também arriscando os aéreos, mas a cada aproximação, o australiano respondia aumentando a vantagem. A maior nota que o brasileiro conseguiu foi 7,77 e Julian deu o troco com 6,67 para ganhar a segunda vaga na final por 16,67 a 15,44 pontos.

Na decisão do título, Ryan Callinan largou na frente com 6,83 e Julian Wilson respondeu com 6,67. A bateria chegou a ser paralisada devido à forte neblina que impedia uma boa visualização dos juízes, mas logo retornou com Callinan aumentando a vantagem com uma nota 7,40 em sua melhor onda na final. Julian seguia arriscando o aéreo reverse que lhe deu uma nota 10 nas semifinais, falhou em algumas tentativas, mas, de tanto tentar, acertou um que valeu 8,67 para confirmar sua segunda vitória no ano por 15,34 a 14,23 pontos.

“Fazer a final com o Ryan (Callinan) foi incrível”, disse Julian Wilson. “Adorei surfar contra o (Gabriel) Medina também e quero dedicar essa vitória ao Pierre Agnes, um grande ser humano e todos os surfistas amam você. Eu tenho muito a agradecer e tive que fazer o meu jogo aéreo para derrotar o Ryan na final. Eu perdi minha primeira final aqui contra o Medina e fiquei com muita raiva, mas este ano finalmente aconteceu de eu vencer novamente, pois sempre sonhei em ganhar este evento aqui na França”.

DISPUTA EM PORTUGAL – Com o título no Quiksilver Pro France, Julian Wilson atingiu 47.125 pontos no ranking, ficando a 4.645 pontos dos 51.770 do novo líder, Gabriel Medina, com Filipe Toledo caindo para o segundo lugar com 51.450. Os três vão brigar pelo título mundial nas duas últimas etapas da temporada e pela lycra amarela do Jeep Leaderboard na próxima, o MEO Rip Curl Pro, que começa na terça-feira em Portugal.

A batalha entre Medina e Filipe será fase a fase nas ondas de Supertubos, em Peniche, enquanto Julian Wilson só ultrapassa a pontuação atual do líder se chegar nas semifinais. Lembrando que, assim como na França, Gabriel Medina vai defender o título de campeão na etapa portuguesa, conquistado na final do ano passado com o próprio Julian Wilson.

BRASIL NO ÚLTIMO DIA – Além de Gabriel Medina, mais três brasileiros competiram na sexta-feira decisiva da etapa francesa, o também campeão mundial Adriano de Souza e os novatos na elite deste ano, Willian Cardoso e Michael Rodrigues. Adriano e Willian entraram na segunda bateria do dia para disputar duas vagas para as quartas de final e ambos foram derrotados pelo australiano Ryan Callinan com a maior somatória do Quiksilver Pro esse ano, 18,53 pontos. Mineirinho também surfou bem para atingir 16,50 e avançar em segundo lugar, com o catarinense Willian Cardoso ficando em último com 12,44.

Mais dois brasileiros entraram no confronto seguinte e novamente apenas um se classificou em outra vitória australiana. Nesta foi por pouco, com Mikey Wright superando Gabriel Medina por 13,96 a 13,90 pontos, contra apenas 6,70 do cearense Michael Rodrigues, que terminou em nono lugar, empatado com Willian Cardoso, o australiano Matt Wilkinson e o norte-americano Patrick Gudauskas, eliminados nas outras baterias da quarta fase.

QUARTAS DE FINAL - Nas quartas de final, Adriano de Souza perdeu a primeira bateria, por 13,50 a 7,83 pontos para o californiano Conner Coffin e terminou em quinto lugar. Tanto Mineirinho, como Willian e Michael, já garantiram suas permanências na elite dos top-34 para o World Surf League Championship Tour de 2019, com os resultados conquistados na França.

Depois, Gabriel Medina começou a reeditar decisões de títulos do Quiksilver Pro. A primeira foi contra o havaiano Sebastian Zietz, que ele derrotou na final do ano passado. E o resultado se repetiu, com a vitória por 12,44 a 10,73. Mas, depois Medina voltou a perder para Julian Wilson como na final de 2012 e ficou em terceiro lugar, empatado com Conner Coffin.

ROXY PRO FRANCE – No Roxy Pro France, uma convidada igualmente da Austrália também surpreendeu como na competição masculina. A jovem Macy Callaghan entrou no evento para substituir a contundida Silvana Lima, que operou o joelho e só volta a competir em 2019. E ela honrou o convite chegando na final, feito que algumas tops da elite ainda não conseguiram. Na sexta-feira, ela deixou a havaiana Coco Ho nas quartas de final e a também australiana Bronte Macaulay nas semifinais.

Na chave de cima, a norte-americana Courtney Conlogue mostrou estar totalmente recuperada da contusão que a afastou de quase toda a temporada. Ela primeiro derrotou a francesa Johanne Defay e depois barrou a bicampeã do Roxy Pro que vinha de vitória no Surf Ranch Pro, a havaiana Carissa Moore. Na decisão do título, Courtney também surfou as melhores ondas que entraram na bateria para voltar a festejar uma vitória com um placar de 14,76 a 10,96 pontos. Com os 10.000 pontos recebidos, ela subiu da 13.a para a oitava posição no ranking, entrando no grupo das top-10 que são mantidas na elite para o ano que vem.

“Todo esse evento foi uma jornada e tanto”, disse Courtney Conlogue. “Eu me diverti muito hoje (sexta-feira), as condições estavam tão boas na final que eu fiquei apenas tentando fazer o meu melhor. Eu queria muito voltar a vencer uma etapa, mas era uma questão de acreditar e trabalhar muito. É uma grande vitória em um lugar que eu amo, então não poderia estar mais feliz com tudo isso que está acontecendo hoje (sexta-feira) para mim”.

DECISÃO NO HAVAÍ – O resultado do Roxy Pro France foi uma surpresa total, principalmente pelas derrotas prematuras das líderes do ranking. Tanto a número 1 do Jeep Leaderboard, Stephanie Gilmore, como a vice-líder, Lakey Peterson, ficaram em nono lugar no evento, sendo eliminadas nas baterias da rodada valendo vagas para as quartas de final, que classificavam as duas primeiras colocadas.

Com isso, a disputa do título mundial que poderia ser decidido na França, acabou ficando para a última etapa da temporada, o Maui Beachwaver Pro, entre os dias 25 de novembro e 6 de dezembro nas ondas de Honolua Bay, na ilha de Maui, no Havaí. Agora, o máximo que Lakey Peterson consegue é igualar os 61.175 pontos de Stephanie Gilmore se vencer a última etapa, desde que a australiana não passe das quartas de final. Caso aconteça essa combinação, haverá uma bateria extra entre elas para definir a campeã de 2018. Mas, Gilmore iguala a recordista com sete títulos mundiais, Layne Beachley, se chegar nas semifinais.

TOP-22 DO JEEP LEADERBOARD – RANKING WSL 2018 – após 9 etapas:

01: Gabriel Medina (BRA) – 51.770 pontos

02: Filipe Toledo (BRA) – 51.450

03: Julian Wilson (AUS) – 47.125

04: Italo Ferreira (BRA) – 33.940

05: Jordy Smith (AFR) – 32.020

06: Owen Wright (AUS) – 29.905

07: Wade Carmichael (AUS) – 27.930

08: Mikey Wright (AUS) – 27.275

09: Conner Coffin (EUA) – 27.145

10: Kolohe Andino (EUA) – 26.355

11: Willian Cardoso (BRA) – 25.945

12: Kanoa Igarashi (JPN) – 24.950

13: Michel Bourez (TAH) – 24.790

14: Michael Rodrigues (BRA) – 23.970

15: Adriano de Souza (BRA) – 22.925

16: Sebastian Zietz (HAV) – 22.525

17: Jeremy Flores (FRA) – 22.030

17: Griffin Colapinto (EUA) – 22.030

19: Adrian Buchan (AUS) – 20.665

20: Ezekiel Lau (HAV) – 19.540

21: Yago Dora (BRA) – 18.400

22: Frederico Morais (PRT) – 16.365

--------outros brasileiros:

24: Tomas Hermes (BRA) – 14.425 pontos

30: Ian Gouveia (BRA) – 10.975

30: Jessé Mendes (BRA) – 10.975

35: Miguel Pupo (BRA) – 8.510

38: Wiggolly Dantas (BRA) – 5.835

39: Caio Ibelli (BRA) – 3.780

40: Alejo Muniz (BRA) – 1.665

44: Deivid Silva (BRA) – 420

TOP-10 DO JEEP LEADERBOARD FEMININO – 9 etapas:

1.a: Stephanie Gilmore (AUS) – 61.175 pontos

2.a: Lakey Peterson (EUA) – 54.260

3.a: Tatiana Weston-Webb (BRA) – 44.770

4.a: Carissa Moore (HAV) – 44.235

5.a: Johanne Defay (FRA) – 39.895

6.a: Caroline Marks (EUA) – 37.000

7.a: Sally Fitzgibbons (AUS) – 33.965

8.a: Courtney Conlogue (EUA) – 31.695

9.a: Coco Ho (HAV) – 29.660

10.a: Nikki Van Dijk (AUS) – 29.270

13.a: Silvana Lima (BRA) – 25.915

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