Título adiado

Nosso colunista Lalo Giudice comenta a vitória de Italo Ferreira e a polêmica envolvendo Gabriel Medina e Caio Ibelli em Peniche


Agora embolou. Vamos para Pipe. A vitória do elétrico potiguar Italo Ferreira na etapa portuguesa do Circuito Mundial não só lhe rendeu a liderança provisória do Tour, mas a certeza que o titulo mundial da temporada só acaba no Hawaii, nas poderosas ondas de Pipeline, North Shore da ilha de Oahu.

Na verdade, Italo salvou um evento que cá para nós, foi o mais chato e monótono do que todos deste ano. Ondas ruins, mexidas e pequenas, o que não condiz com o nome do pico, Supertubos. Aliás, não me recordo de ter visto este pico quebrando como diz o nome. Em minhas lembranças mais recentes, guardo a vitória de Adriano sobre Kelly com altas ondas e a vitória de John John Florence sobre o californiano Conner Coffin. Algumas ondas boas em algumas baterias e nada mais.

Voltando ao atual líder do ranking, Italo Ferreira não tinha quem não visse que era o melhor do evento. Com a prancha colada nos pés, Italo vinha batendo os adversários sem nenhuma dificuldade. Na final não deu chance ao sul-africano Jordy Smith e com mais uma vitória no ano, assume a ponta do ranking. Vai para Pipe confiante, podendo até ser campeão mundial. Tarefa difícil para o potiguar, que desde sua entrada no tour, nunca fez um grande resultado por lá.

Além de ondas ruins, com exceção do último dia de competição, a décima etapa do Circuito Mundial de Surf também ficou marcada pela eliminação precoce do até então líder do ranking, Gabriel Medina. Quem estava assistindo o evento ao vivo, no momento da interferência, não acreditava no que estava vendo. Após a retratação do atleta nas redes sociais, com imagens da própria WSL, por sinal péssimas, podemos tirar conclusões do que realmente aconteceu.

A verdade é que Medina mesmo estando sem a razão, pois a prioridade já tinha sido dada pro Caio pelas placas e por sistema sonoro, horas depois, mostrou pela própria filmagem da WSL, O “VAR”, vamos dizer assim, imagens que mostram que ele chegou primeiro e que se ainda tivesse chegado empatado a prioridade seria dele, o que configura um erro do juiz de prioridade.

Em sua demorada nota de explicação do fato, o que chegava a ser um absurdo para um esporte que um dia queira ser sério e profissional, a entidade, com imagens amadoras, é importante esclarecer isso, confirmou a interferência em Gabriel Medina. Digo imagens amadoras pois, quem não lembra da interferência de Italo em Jordy, em Bells Beach?

Tinhamos setas demarcando o traçado feito por Italo, tínhamos desenhos editados do bottom turn de Italo e no drop de Jordy. Neste caso de Gabriel não. Tinha um juiz de prioridade, com plena autoridade, isolado de tudo e de todos, com uma linha imaginária na cabeça e que em nenhum momento, tinha uma imagem séria, imparcial, feito por um drone ou algo do tipo, utilizando de edições, desenhos e setas, como de praxe. Neste caso do Medina, não aconteceu. Na verdade, eles até pararam de mostrar, no tipo: abafa o caso! Ridiculo.

Porém, entretanto, contudo, todavia, o fato mais marcante nesta bateria para mim não foi a intereferência de fato, e sim a onda da virada de Caio Ibelli, avaliada em 3,10. Começamos o dia vendo Griffin Colapinto mandar uma batida sem muita expressão e um aereozinho reverse na junção avaliado em 2,33. Na bateria do Kelly, um confronto antes do Medina, notas baixas também para o Kanoa.

Sabemos que não podemos comparar notas de uma bateria com notas de outras, então vamos para a própria bateria Medina X Caio. Você pode comparar a nota do Caio com o 2,73 do Medina em que o mesmo dá uma batida de backside com uma boa projeção, finalizando em um floaterzinho. Você pode comparar também, conforme livro de regras, com o backup do Medina, que neste momento era um 6 alto. Foi o 3,10 mais ridículo que vi na vida. Uma batida de fundo, sem inversão, em uma onda claramente fechada, com pouquíssimo percurso. Uma vergonha de julgamento.

Venho falando desde o ano passado. Temos o pior head judge da história do circuito mundial. Este rapaz me parece que não faz comparações adequadas, não possui boa memorização, não possui um critério bem definido, além de estar deixando os comentaristas, especialistas em todas as línguas de cabelo em pé, sem qualquer sintonia, como se estivessem analisando uma outra onda, outra bateria.

Nosso prodígio Filipe Toledo mais uma vez sucumbiu para Igarashi e vê o titulo mundial cada vez mais distante. Toledo surfa muito em ondas pequeninas e pra direita porém muito pouco pra quem quer ser campeão mundial um dia. Às vezes, aparenta que sua dor nas costas é uma desculpa para suas fraquezas, psicológico abalado e falta de aptidão para ondas de consequência. Com Gabriel, John John e Italo por mais alguns anos tour, volto a dizer, seu futuro é incerto, reticente. Já está no Hawaii? No pain no gain!

Adiaram o tri. Em compensação poderemos ter o primeiro campeão mundial de surf nascido e criado no Nordeste, mas precisamente no Rio Grande do Norte. Uma honra e orguho para todos nós.

Go Italo, Go Medina, estamos na torcida!

Um abraço e até a próxima.

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