Hora do Rancho

Nosso colunista Lalo Giudice analisa a expectativa para a etapa nas ondas da piscina no Surf Ranch


Estamos na véspera do Freshwater Pro, oitava etapa do Circuito Mundial de surf profissional da WSL, que acontece nas artificiais ondas do Rancho, em Lemoore, na Califórnia. Planejada e criada por Kelly Slater, The Ranch sedia pela segunda vez uma etapa do Mundial, fazendo a alegria de muitos e frustrações de outros, dentro e fora d´água.

Para alguns surfistas do Tour, acredito que em sua maioria, estão super satisfeitos com a entrada e a permanência da piscina. Ondas perfeitas para os dois lados, além de não precisar alcançar ou ultrapassar nenhuma arrebentação, nem disputar ondas ou batalhas de remada. Resta só fazer o seu melhor em uma parede limpa e perfeita.

Aos que não concordam, uma etapa que foge dos critérios técnicos de baterias estipulado pela entidade, onde no modelo tradicional contam as duas melhores ondas e não a melhor direita e a melhor esquerda. O top sul-africano Jordy Smith foi um dos que contestaram a etapa, além de algumas declarações, também do prodígio Filipe Toledo, sobre este ser um evento especial e talvez, não precisasse valer uma etapa do Circuito Mundial.

Já do lado de fora, nos bastidores e telespectadores, as opiniões também divergem. Há quem prefere o formato de baterias tradicionais, com ondas diferentes e desiguais, disputas acirradas, além de algumas variáveis e condicionantes ocasionados pelos intempéries da natureza.

Por outro lado, tem muita gente que não aguenta mais aquela quantidade de On Hold, muitas paralisações, além da uma falta de cronograma pré definido. Na etapa do Rancho, compre a pipoca e o Guaraná, se programe, pois com certeza irá começar.

Eu, particularmente, lamento as quantidades absurdas de paralisações, na demora de se começar um evento do Kieren Perrow. Afinal de contas, as baterias são formato mata-mata e não por apresentações. Se está bom pra mim, está pra você, se está ruim pra mim, está ruim pra você também. Direitos iguais. Não dá pra começar um evento e parar meia hora depois porque entrou um ventinho. Afinal, esse ventinho entrou pra mim e pra você.

O fato é que com tanta opinião, normalmente para lados opostos, já estamos indo pro segundo ano do WT no Rancho. E melhor do que isso. Somos os maiores favoritos para a conquista de mais um tento nesta arena.

Gabriel Medina é o maior deles. Defende a etapa, vem embalado por duas finais seguidas no CT. Acredito que por se tratar de um outro formato de competição, onde se conta a melhor direita e melhor esquerda, Gabriel é quase imbatível, vide os últimos resultados por lá, vencendo no evento teste e no ano passado, já sendo válido pelo WT. É o surfista mais completo do Tour e ponto final.

Nosso líder do ranking, Filipe Toledo, também é um dos grandes favoritos no Rancho. Porém, para chegar ao topo, precisará melhorar sua abordagem surfando pra esquerda. Se conseguir, tem grandes chances de vencer.

Ítalo Ferreira é outro que vem surfando muito e tem grandes chances de fazer um grande resultado na piscina do Kelly. Seu maior desafio será surfar de frente para onda, de frontside e tentar melhorar seu link de manobras e harmonia surfando para este lado.

Para o restante do esquadrão brasileiro, aposto minhas fichas em Yago Dora nesta oitava etapa do Circuito Mundial.

Kanoa Igarashi, Kolohe Andino, Julian Wilson, além de Kelly Slater, são alguns atletas que podem surpreender e fazer um grande resultado.

Preparem a pipoca e o guaraná, pois o show vai começar para uns. Para outros, arrume algo para fazer, pois a monotonia vai começar. Será?

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