Segundo escalão
Nosso colunista Lalo Giudice apresenta a segunda parte da análise dos Top 34 que disputam o título mundial em 2019
A costa dourada australiana recebe os melhores surfistas do mundo. Foto: WSL |
Estamos há menos de dois dias para o inicio do Circuito Mundial de Surf profissional da WSL, que acontece nas perfeitas e divertidas direitas de Snapper Rock, na Gold Coast australiana.
Para esta coluna, mais uma análise apurada dos atletas da elite do surf mundial, desta vez do vigésimo segundo ao décimo primeiro colocado. Surfistas que se classificaram pelo próprio CT em 2018, porém, precisaremos fazer um breve esclarecimento do famoso "seeding ranking", no qual a entidade máxima do esporte posicionou o bi campeão mundial John JohnFlorence.
Vamos lá?
22 – Yago Dora - O paranaense radicado em Santa Catarina vai para sua segunda temporada entre os melhores do mundo, se garantindo na última etapa do ano passado, em Pipe.
Pontos Fortes - Progressividade fora da curva, está entre os 5 maiores aerialistas do mundo.
Ponto Fraco – Lentidão em alguns movimentos de borda. Oportunidade – Se tornar um "surfista WT", top 10 e com muita sorte, buscar uma vaga nas Olimpíadas.
Ameaças – As 4 primeiras etapas do ano, todas ondas para direita. Opinião do Colunista - surfista que tem evoluído muito nos últimos anos. Pode se garantir pelo próprio CT.
21 – Ezekiel Lau – O havaiano power vai para sua terceira temporada entre os melhores do mundo.
Pontos Fortes – Power surf, além de aptidão para ondas de consequência.
Pontos Fracos – Marolas mexidas e para esquerda, inconsistência. Oportunidades – Tentar bons resultados nas 4 primeiras etapas do ano, que são ondas que favorecem o seu surf.
Ameaças - Nova geração e novos estreantes.
Opinião do Colunista – Sempre coloco no meu time do Fantasy e me arrependo. Surfa muito mais do que compete.
20 - Adriano de Souza – Nosso Capitão Nascimento, campeão mundial de 2015, teve uma temporada difícil em 2018, os resultados não foram dos melhores, além de uma contusão que o tira das primeiras etapas deste ano.
Pontos Fortes – Surfista completo, além de uma vontade de vencer como poucos, muito foco.
Pontos Fracos – Estilo pouco vistoso.
Oportunidades – Este sim tem a chance de brigar pela tão sonhada vaga nas Olimpiadas de Tóquio em 2020.
Ameaças – Sua contusão, que o obrigou a se afastar por 6 meses e se ausentar do inicio da temporada.
Opinião do Colunista - Um dos melhores botton turn de todos os tempos, vai para um ano de recuperação e deverá realizar a temporada com o atestado médico em seus braços.
19 – Griffin Colapinto - Um dos grandes da nova geração mundial, o norte americano Griffin Colapinto vem para sua segunda temporada entre os melhores do Tour. Comecou 2018 muito bem, mas os resultados não vieram como esperado.
Pontos Fortes – Surfista completo.
Pontos Francos – Inexperiência no Tour.
Oportunidades - Tem a grande chance de se firmar entre os melhores do mundo, além de ir para as Olimpíadas pelos EUA.
Ameaças – Não tem.
Opinião do Colunista - Surfa muito. Mesmo não sendo Rookie do ano passado, deixou uma imagem muito positiva, com performances alucinantes no inverno havaiano.
18 – Adrian Buchan - O veterano e estiloso australiano vem para mais uma temporada no Tour. Anunciou uma contusão semana retrasada, mas está escalado em Snapper Rock.
Pontos Fortes - Estilo polido, além de um backside afiadíssimo. Pontos Fracos – Assim como alguns surfistas que prezam bastante pelo estilo, perdem na radicalidade e velocidade de alguns movimentos, além da falta de progressividade notória.
Oportunidade – Pode brigar para uma vaga nas Olimpiadas, já que o esquadrão australiano no Tour não é dos melhores.
Ameaças - Toda nova geração e novos estreantes.
Opinião do Colunista - O representante dos atletas no Tour tem seus dias contados entre os melhores do mundo, talvez mais um ano.
17 - Jeremy Flores – O casca grossa francês, das Ilhas Reunião, segue entre os melhores do mundo.
Pontos Fortes – Aptidão para ondas tubulares e de consequência. Pontos Fracos – Falta de progressividade.
Oportunidades - Fazer a melhor temporada de sua carreira, além de garantir vaga nas Olimpiadas de Tóquio.
Ameaças – Nova geração e novos estreantes.
Opinião do Colunista – Um dos grandes tube riders da atualidade, se conseguir focar, não faltar etapas como de costume, pode ser uma pedra no sapato de muita gente em picos como Tahiti, Hawaii, França e Portugal.
16 – Michael Rodrigues - Em sua segunda temporada no Tour, Michael, que brigou pela Rookie Of the Year em 2018, parece familiarizado em estar entre os melhores do mundo.
Pontos Fortes – Radicalidade e progressividade.
Pontos Fracos - Falta de aptidão para ondas tubulares e de consequência.
Oportunidade - Se firmar entre os melhores do mundo.
Ameaças - A falta de um patrocinador principal pode afetar seu psicológico.
Opinião do Colunista - Se não melhorar sua abordagem em ondas de consequência, vai ficar brigando para se garantir todo ano.
15 – Sebastian Zietz - Mais um casca grossa que figura entre os top 16 da elite do surf mundial.
Pontos Fortes - Havaiano completamente adaptado a condições extremas.
Pontos Fracos - Ondas pequenas, mexidas e inconsistência. Oportunidades - Ter a chance de se firmar entre os top 10.
Ameaças - A falta de um patrocinador principal poderá afetar seu psicológico.
Opinião do Colunista - O tamanho do talento desse havaiano é proporcional a sua falta de aptidão competitiva.
14 – Willian Cardoso - Depois de quase 12 anos batendo na trave, nosso Panda finalmente ingressou entre os melhores do mundo, ainda por cima vencendo uma etapa, em Uluwatu. Brigou pelo titulo de estreante do ano e vai para mais uma temporada entre os melhores do mundo.
Pontos Fortes – Experiência competitiva e um power surf.
Pontos Fracos - Falta de aptidão para ondas tubulares, principalmente para a esquerda, além da falta de progressividade.
Oportunidade - Tentar se garantir mais uma vez entre os TOP 16. Ameaças - Pode sucumbir aos novos estreantes e os talentos da nova geração.
Opinião do Colunista - Seu surf power se adapta bem as ondas do CT e mais uns 2 anos entre os melhores do mundo seria muito justo com Willian.
13 - John John Florence - O príncipe havaiano, bi campeão mundial de surf, volta ao Tour depois de abandonar a temporada sentindo dores no joelho. Era obvio que iria receber o convite da entidade, mas o curioso está no seeding ranking que a WSL o posicionou. Observem que Kelly Slater é o 34º e John John aparece em 13º. Pesquisei em alguns sites, na própria WSL, conversei com alguns contatos e ninguém ao certo sabe por que o mesmo herdou esta vaga. Nossa humilde experiência nos permite acreditar que é a posição após os doze primeiros cabeças de chave do evento ou de alguns boatos que surgiram do abandono de John John ao Tour de 2019. Tal posição, serviu de motivação para o mesmo. Vamos aguardar a entidade se pronunciar.
Pontos Fortes – Ondas Grandes, ocas, volumosas, tanto para direita quanto para esquerda.
Pontos Fracos – Ondas Pequenas, mexidas e para esquerda.
Oportunidade - Mostrar que está curado da lesão e tentar igualar as conquistas do maior ídolo havaiano, Andy Irons.
Ameaças - A vontade em competir está cada vez menor.
Opinião do Colunista - Surfa muito, mas justiça seja feita, um titulo mundial estava de bom tamanho para o príncipe havaiano. Seu segundo titulo mundial foi um escândalo. Vai tomar uma "verdadeira coça" dos brasucas.
12 – Mikey Wright – O queridinho de 2018, que ingressou no Tour por meio de inúmeros convites, vem para o seu segundo ano, mas apenas este ano, poderá tentar o titulo de Rookie of the Year, é mole?
Pontos Fortes – Surf power e progressivo.
Pontos Fracos - Ondas pequenas e mexidas.
Oportunidade - Mostrar que consegue se garantir no Tour sem ajuda da entidade.
Ameaças - Seu estilo de vida pacato, como a vida no campo, pode fazer esquecer o Tour em pouquissimo tempo.
Opinião do Colunista - Seu jeito de surfar aparenta que sua prancha tem 10 kilos, um chumbo. Para mim sai esse ano da elite.
11 – Kolohe Andino - A eterna promessa americana segue buscando um lugar ao sol entre os melhores do mundo, apesar de nunca ter vencido uma etapa da elite.
Pontos Fortes - Progressividade e radicalidade.
Pontos Fracos - Por surfar com pranchas muito estreitas, a manobra não sai com tanto power.
Oportunidades - Sair do patamar de promessa para realidade, além de participar das Olimpiadas de Tóquio pelos EUA.
Ameaças - Novos estreantes e a nova geração.
Opinião do Colunista - Alguém se lembra de Tim Curran, Dane Reynolds ou de Robinho e Ganso? Esse é Kolohe Andino.