Vitória controversa

Armando Daltro comenta a vitória de Matt Wilkinson e suas impressões sobre a etapa de Cloudbreak


Matt Wilkinson foi o vencedor em Fiji. Foto: WSL / Cestari

 

O evento de Fiji teve início em ondas pesadas de 6 a 8 pés, o vento estava forte e algumas ondas da série fechando, mas alguns tops mostraram conhecimento na bancada, e principalmente faro para os tubos, entre eles Michel Burez, Miguel Pupo, Julian Wilson, John John Florence, Owen Wright e Mick Fanning.

Pupo teve duas ondas excelentes e poderia ter avançado direto ao round 3, mas estava na bateria do Michel Bourez, que teve a melhor performance do dia, inclusive executando uma técnica inovadora de atrasar dentro do tubo, utilizando o seu pé de trás na parede da onda.

No round 1, entre os brasileiros, apenas Gabriel Medina e Adriano de Souza venceram suas baterias com ondas boas e avançaram direto para o round 3.

Nessa etapa, tivemos novamente a participação da baiano Bernardo Lopes, que mais uma vez foi convidado de última hora e teve que ir às pressas para Fiji. Bino mostrou atitude e técnica nas ondas pesadas, mas faltou experiência em algumas ondas surfadas, quando caiu dentro de um tubo na primeira bateria, que tinha potencial para um high score. Na bateria de repescagem, mostrou um bom repertório de manobras, mas perdeu para um inspirado Sebastian Zietz, que pegou tubos longos e fez o melhor somatório do round 2.

No round 2, apenas Ian Gouveia e Wigolly Dantas se recuperaram e avançaram ao round 3. Entre os gringos, Kelly e Jeremy Flores foram os maiores destaques.

Ian Gouveia e Italo Ferreira foram os únicos brasileiros a passar para o round 4. Mineirinho, Wigolly e Medina tiveram baterias com scores apertados, mas levaram a pior contra seus adversários. Destaque para a bateria entre Italo e Medina, onde os dois disputaram até a última onda, mas Italo encontrou melhores tubos e manobrou forte na saída dos mesmos.

O round 3 foi onde vários favoritos perderam suas baterias. Logo na primeira, Ian Gouveia venceu Owen Wright. Na sexta, Leonardo Fioravanti surfou muito para derrotar o até então líder John John Florence. Na sétima, Joan Duru, também surfando muito, derrotou Jordy Smith, e na oitava, numa bateria muito apertada, Connor O’Leary venceu Kelly Slater. Ainda nessa fase, Matt Wilkinson iniciava seu caminho para a final, com o maior somatório do round.

O round seguinte (4º), em baterias de três atletas, foram disputadas no menor dia de todo o evento, com ondas irregulares de 3 a 5 pés. As melhores pontuações foram em ondas em que os competidores executaram uma série de manobras com força.

Tanto Ian Gouveia como Italo Ferreira caíram para a repescagem e tiveram que disputar o round 5, mas ambos pararam na repescagem e terminaram na 9º posição.

O último dia do evento amanheceu com ondas maiores e mais perfeitas que no dia anterior. O destaque na repescagem foi o francês Joan Duru, que conseguiu surfar dois tubos incríveis.

As quartas de final iniciaram logo em seguida. Matt Wilkinson venceu apertado o duelo contra Julian Wilson e começava a mostrar que queria chegar à grande final. Michael Bourez fez outra pontuação alta e avançou para enfrentar Wilkinson. Na outra chave, Connor O’Leary venceu o duelo dos novatos contra Joan Duru e Joel Parkinson venceu Bede Durbidge com uma pequena vantagem.

A primeira semi foi entre os dois melhores surfistas do campeonato. Essa bateria poderia ter sido a grande final, mas, na minha opinião, Michel Bourez venceu a bateria. Achei a onda 8,33 de Matt Wilkinson muito alta, sem contar que, numa onda tubular, os tubos de Bourez deveriam ter sido mais valorizados. Na segunda semi, Connor O’Leary pegou bons tubos e venceu o favorito da bateria, Joel Parkinson.

A bateria final foi bastante disputada. Mais uma vez, fiquei com a impressão de que supervalorizaram as rasgadas de Matt Wilkinson. Para mim, a primeira onda de Connor O’Leary foi a melhor da bateria e a onda em que ele fez um tubo no outside, executou uma manobra e pegou outro tubo no inside poderia ter sido mais alta. Se assim fosse, o resultado poderia ter sido outro.

Em julho, o Tour parte para as ondas geladas de Jeffreys Bay com um novo líder e outros quatro atletas brigando pela liderança.

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