Guerreiro baiano

Colunista Luciano Amaral exalta a boa fase vivida pelo baiano Marco Fernandez


Marco Fernandez está radiante, com um sorriso de quem venceu uma grande batalha, e venceu mesmo.

Com mais de 10 anos de carreira e importante títulos, ele acaba de entrar para a história.

Tudo começou numa sexta-feira à noite em Salvador, quando Marquinho começava a planejar sua viagem para o Japão, para participar de mais uma etapa do QS. De repente o telefone toca e seu destino está preste a mudar.

Uma voz do outro lado da linha avisa que surgiu uma vaga na triagem da etapa brasileira da World Surf League.

Depois de levar o segundo lugar do QS 1500 que rolou na Praia do Forte, Fernandez queria mais. Comprou a passagem, arrumou a bagagem, separou seis pranchas e partiu para a praia de Grumari, no Rio de Janeiro.

Local de Arembepe, aos 24 anos, o surfista profissional e atual vice-campeão brasileiro, Marco entrou na triagem para enfrentar grandes feras como Simão Romão, Victor Ribas e Léo Neves.

Depois de passar por quinze atletas em três baterias que disputou num mar pesado, com ondas de quase dois metros e bastante volumosas, o baiano foi campeão invicto do Trials e conquistou uma vaga para o Oi Pro Rio 2016.

"Estou feliz demais por ter vencido a triagem. A disputa foi de um nível altíssimo e eu consegui fazer o meu melhor. Agora vamos com tudo junto com a galera do esquadrão brasileiro representar a Bahia e o Brasil, será uma honra enorme. Conto com a energia de todos", disparou logo após a vitória.

Com o sonho de competir uma etapa do WT realizado, Fernandez concentra-se, passa parafina, enterra o bico da prancha na areia, caminha lentamente em direção ao mar e vai com tudo.

Com um backside alinhado e agressivo, acompanhado de rasgadas fortes, jogando água para todos os lados e finalizando com manobras fortes na parte crítica da onda, não deu chance para seus adversários, e que adversários.

Na quinta bateria do primeiro round deixou para trás Jadson André e com seu “foguete 5,10” ainda mandou o número um do mundo, o australiano Matt Wilkinson para repescagem.

Infelizmente não encontrou as ondas no terceiro round e foi eliminado pelo potiguar Italo Ferreira, que também acabou caindo para o vice-campeão do Oi Pro Rio 2016, Jack Freestone.

Marco Fernandez sabia que não seria nada fácil, mas tentou e fez bonito, representando bem a Bahia e o Brasil.

Há três anos sem patrocinador principal, é o 12° colocado do QS, divisão de acesso e já mostrou uma prévia do que será em 2017 quando fizer parte da tempestade brasileira na elite do surf mundial.

O grande campeão do Oi Rio Pro 2016 foi o havaiano John Florence certo? Mas aqui pra nós, o baiano, esse sim, é o cara!

PUBLICIDADE

Relacionadas

Alexandre Piza comenta postura da sociedade em relação às orientações do isolamento social nas praias de Salvador

Luciano Nunes relembra histórias do passado ao lembrar de surfistas das antigas de Salvador

Nosso colunista Lalo Giudice exalta a vitória de Italo Ferreira no Pipe Masters e a sua conquista do mundial

Nosso colunista Lalo Giudice analisa as chances dos candidatos ao título na última etapa do Circuito Mundial em Pipeline

Nosso colunista Lalo Giudice comenta a vitória de Italo Ferreira e a polêmica envolvendo Gabriel Medina e Caio Ibelli em Peniche

Nosso colunista Lalo Giudice comenta a vitória de Jeremy Flores na França e a ponta do ranking de Gabriel Medina

Nosso colunista Lalo Giudice analisa a vitória esmagadora de Gabriel Medina no Surf Ranch

Nosso colunista Lalo Giudice analisa a expectativa para a etapa nas ondas da piscina no Surf Ranch