Trio no páreo
Fabrício Fernandes comenta as chances de Gabriel Medina, Mick Fannig e Kelly Slater pelo título mundial
As estatísticas mostram que o que estava fácil, para nós brasileiros, passou a não ficar tão fácil.
Não é segredo que Mick Fanning é exímio competidor, surfa muito e sabe fazer o que precisa para chegar lá. Há poucos anos atrás, tirou a taça que já estava nas mãos de seu amigo Joel Parkinson correndo por fora em uma arrancada absurda no segundo semestre. O ano passado, precisando chegar na semi final do Pipeline Masters, inteligentemente provocou uma interferência para não cruzar com John John Florence nas quartas e com sua frieza virou duas baterias nos segundos finais, tirando o título das mãos de Kelly Slater, que fez sua parte ganhando o campeonato.
Para Slater só interessa a vitória e contar com o tropeço de Medina nas duas primeiras fases. Se Medina chegar em 9°, o sonho do 12º título já era. Mas Kelly, mesmo mostrando todo esse desequilíbrio emocional no ano, não pode ser desprezado. No longínquo ano de 96 e de 98, fez o que todos pensavam impossível e já venceu sete vezes o Pipe Masters, além de ter feito quatorze finais.
Mick Fanning, astuto como sempre, pode garantir o título também se Medina perder nas duas primeiras fases, com a possibilidade de empatar com ele, apenas fazendo uma quarta de final, e indo para água numa bateria de desempate e se ganhar é campeão. Se chegar a semi com Medina na mesma situação é campeão.
Medina é o único que só depende dele. Precisa chegar a final para não comemorar sem se preocupar com o resultado de Fanning. A partir do 9° começa a pontuar e dificultar a vida do australiano, que então teria que fazer semifinal. Se Medina perder nas semi ou nas quartas, Mick precisa ganhar o campeonato.
Com o Pipemasters acontecendo no formato de todas as etapas do WCT, tanto Medina como Mick não terão vida fácil na primeira fase, visto que irão encarar os dois especialistas que sairão de uma triagem de 32 surfistas, o que pode complicar a vida dos dois pretendentes ao título. Além de terem pedreiras como Parko, John John e o franco atirador Kelly Slater, faminto pelo seu 12° título.
Medina tem na sua bagagem uma vitória em Fiji e outra em Teahupoo gigante, além de uma quinta colocação em Pipeline.
Só espero que Pipeline nos presentei com seus lindos cilindros. A sorte está lançada, vai Medina!