O gato de botas
Colunista Fábio Tihara aprende mais uma lição com o pequeno Igor
Por: Fabio Tihara
Seu nome é Dijackson, mas gosta de ser chamado de Igor. “É mais fácil e mais bonito”, diz o garoto de 14 anos, com fala mansa e olhar tímido.
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Com três anos de surf, já tem seu objetivo: “Quero ser surfista profissional”, diz, com firmeza. O sonho de viver o mundo das competições povoa o imaginário de quase todos os surfistas nessa idade.
Igor mora na praia do Norte, pico de Ilhéus que revelou talentos como Flávio Costa, Dennis Tihara, Saulo Marques, entre outros. E foi nessa praia, em um dia nublado e ondas pequenas, que o vi surfando pela primeira vez.
O pequeno goofy footer dropava as ondas, adiantava nela e quando chegava na junção dava uma batida finalizando a onda. Toda essa cena seria normal se não fosse um detalhe: Igor não tem os pés.
Por alguma razão desconhecida, o menino nasceu com uma deformidade. Essa deficiência o faz usar botas especiais para poder se locomover, o que lhe rendeu o apelido carinhoso de “Gato de Botas”.
De origem humilde, mora numa casinha simples com a mãe, o padrasto e mais dois irmãos. Sentei com o garoto para conversar e fiquei encantado com a sua simplicidade e ingenuidade.
Me contou que estuda e cursa a quinta série. Enquanto lhe explicava a importância do estudo, me olhava atentamente e apenas balançava a cabeça concordando. Pergunto quem é seu ídolo no surf e fico sem resposta. Pergunto se ele gosta de Fanning, Parko ou Slater e continuo sem resposta.
Quando me toquei de que ele não tinha a mínima ideia do que eu estava falando, me senti um idiota pela insistência da pergunta. Parece impossível, mas encontrei um surfista que não conhece o nove vezes campeão mundial Kelly Slater.
Dijackson é especial e o que o torna tão especial é justamente sua inocência. Pouco importa quem é Slater ou Fanning, aprendi que existem coisas mais importantes do que isso.
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Com três anos de surf, já tem seu objetivo: “Quero ser surfista profissional”, diz, com firmeza. O sonho de viver o mundo das competições povoa o imaginário de quase todos os surfistas nessa idade.
Igor mora na praia do Norte, pico de Ilhéus que revelou talentos como Flávio Costa, Dennis Tihara, Saulo Marques, entre outros. E foi nessa praia, em um dia nublado e ondas pequenas, que o vi surfando pela primeira vez.
O pequeno goofy footer dropava as ondas, adiantava nela e quando chegava na junção dava uma batida finalizando a onda. Toda essa cena seria normal se não fosse um detalhe: Igor não tem os pés.
Por alguma razão desconhecida, o menino nasceu com uma deformidade. Essa deficiência o faz usar botas especiais para poder se locomover, o que lhe rendeu o apelido carinhoso de “Gato de Botas”.
De origem humilde, mora numa casinha simples com a mãe, o padrasto e mais dois irmãos. Sentei com o garoto para conversar e fiquei encantado com a sua simplicidade e ingenuidade.
Me contou que estuda e cursa a quinta série. Enquanto lhe explicava a importância do estudo, me olhava atentamente e apenas balançava a cabeça concordando. Pergunto quem é seu ídolo no surf e fico sem resposta. Pergunto se ele gosta de Fanning, Parko ou Slater e continuo sem resposta.
Quando me toquei de que ele não tinha a mínima ideia do que eu estava falando, me senti um idiota pela insistência da pergunta. Parece impossível, mas encontrei um surfista que não conhece o nove vezes campeão mundial Kelly Slater.
Dijackson é especial e o que o torna tão especial é justamente sua inocência. Pouco importa quem é Slater ou Fanning, aprendi que existem coisas mais importantes do que isso.
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