
Fiji épico
Lapo Coutinho relembra sessão inesquecível em Cloudbreak, Fiji
"Eu acredito muito nesse garoto. Acho que ele tem potencial para ser big rider. Se ele passar uma temporada comigo no Hawaii e fizer uns treinos, vai mostrar serviço quando o mar subir de verdade".
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Já havia esquecido essas palavras de Danilo Couto, mas elas rapidamente vieram à tona assim que observei algumas fotos de Lapo Coutinho no primeiro big swell de 2012, em Jaws, Hawaii, no último dia 4 de janeiro.
Aos 19 anos e filho de um dos maiores legends do surf baiano - o juiz da ASP Elsior Lapo Coutinho -, Lapinho esbanjou disposição em seu retorno ao arquipélago depois de 5 anos e ganhou a faixa-preta do mestre Danilo.
Antes de retornar ao Brasil, ele fez uns treinos nas poderosas ondas de Teahupoo, Tahiti, e pegou um big swell de última hora em Fiji.
No início de junho, Lapinho estava com tudo pronto para voltar para casa, quando foi avisado por Danilo de que uma ondulação sinistra estava prestes a roubar a cena na etapa do World Tour em Cloudbreak, Fiji.
O jovem big rider não pensou duas vezes e adiou a passagem para encarar mais uma missão ao lado do mestre.
A sessão épica rendeu a Lapinho a capa da edição de julho da Hardcore, uma das publicações mais conceituadas do surf brasileiro.
Nas palavras abaixo, você confere toda a adrenalina desse soteropolitano cheio de dendê no sangue.
"Foi a melhor trip da minha vida. Estava com uma galera black trunk - Danilo Couto, os irmãos Kohl e Nick Christensen, Greg e Rusty Long, Kala Alexander, Kalani Chapman, Nathan Fletcher e outros. A onda é muito pesada. No item força, pode ser comparada a Jaws. Não dá para dizer qual é mais forte.
O dia começou com ondas de 10 pés. Esse tamanho é muito difícil porque a onda começa a quebrar na bancada de trás, então, de 10 a 12 pés, você toma muita onda na cabeça. Acabei quebrando minha 8'2 depois de levar uma série na cabeça.
Peguei minha 9'8 porque o mar estava subindo. Surfei três ondas boas em um período de três horas, mais ou menos. Não completei o tubo em nenhuma delas, só vacão animal. Ficava muito tempo embaixo da água e ia muito fundo nos caldos.
Fui varrido pela bancada e demorei uns 40 minutos para voltar ao pico remando. Como já estava mais tranquilo porque já tinha botado para dentro de algumas, fiquei esperando a certa. Fui ao pico e esperei a minha, que acabou sendo o melhor tubo da minha vida - muito largo, tudo azul, maior salão…
Quando saí do tubo, bati em um bump (degrau feito pela onda) e uma das minhas quilhas saiu da prancha com a força das pancadas na água. Damien Hobgood, que sempre foi um dos meus ídolos, viu o tubo e veio apertar minha mão. Ainda ficamos conversando um tempo sobre a onda!!".