Destaque internacional em alguns episódios envolvendo ondas gigantes neste ano, o baiano de Ilhéus, Yuri Soledade, 35, está no Brasil e chega a Salvador nesta sexta-feira, para rever familiares e amigos.

Radicado no Hawaii há 17 anos, ele divide seu tempo entre a administração de um restaurante na ilha de Maui e as aventuras pelo mundo atrás das ondas grandes.
 
Entre as maiores proezas desta temporada, o surfista ganhou destaque internacional por surfar, em janeiro e fevereiro, ondas de mais de 10 metros de altura em Jaws (Hawaii), sem o auxílio do jet-ski.

Ele, junto com os também baianos Danilo Couto e Márcio Freire, fizeram o que ninguém tinha feito até então e por isso ganharam notoriedade não só entre os havaianos, mas em toda a comunidade do surf mundial. O trio chegou a ser apelidado pelos havaianos de "Mad Dogs" (cachorros loucos).
 
Em julho, o baiano voltou a ser assunto no mundo do surf por ser o único brasileiro a surfar as maiores ondas já registradas nas Ilhas Fiji, em julho, quando uma ondulação histórica invadiu o arquipélago do Pacífico Sul.

Ele entubou em ondas perfeitas de até 6 metros de altura em Cloudbreak, com monstros consagrados do esporte, a exemplo do decacampeão mundial Kelly Slater e dos havaianos Bruce Irons e Garrett McNamara.
 
Além do talento incontestável e da atitude para a prática do surf de ondas grandes, Yuri Soledade carrega consigo um carisma e uma simpatia muito grande, além uma história de vida que serve de exemplo para muitos brasileiros.

Ele chegou no Hawaii com 18 anos de idade, sem falar inglês, com passagem conquistada em um campeonato e teve de se virar com US$ 50 no bolso.
 
Passou dificuldades, trabalhou como lavador de pratos e se dedicou, durante todo este período, a surfar as ondas gigantes.

O tempo passou, as dificuldades foram superadas e hoje tem uma bela família, é sócio do restaurante onde lavou pratos e goza do sonho de “ser feliz, puxando os limites do esporte que tanto ama”.