A mineira Tácia Veloso trocou Minas Gerais pela Bahia há pouco mais de um ano, onde fixou residência em Ilhéus. A decisão de mudar partiu do sonho de morar perto do mar e começar um novo estilo de vida. A paixão pelo surfe foi espontânea e arrebatadora diz ela, que se encontrou no esporte, que mudou sua maneira de ver o mundo.

O fotógrafo Bruno Leandro, da South Imagens, produziu um ensaio com a surfista na praia do Backdoor, em Olivença e mostra que além da beleza, a mineira tem todo o estilo do surfe.

*Por Tácia Veloso

Há pouco mais de um ano, tomei a atitude mais radical da minha vida. Troquei o café com pão de queijo, pelo vatapá e o caruru, as montanhas pelo mar. Mudança brusca de cenário, de Ouro Preto (MG) para Ilhéus (BA). A força motriz de toda essa mudança foi meu sonho de infância. Um sonho simples de morar perto do mar, mas que mantive adormecido por muitos anos.

Apesar ter nascido distante do mar (Três Pontas - MG), tenho um encantamento grande por esta imensidão de águas desde muito cedo. Depois de passar uma semana no litoral baiano em janeiro de 2015, este encantamento, esta vontade de ficar perto do mar, tornou-se grande demais. A partir disso me vi vivendo e contando os dias para ter férias/feriados e vir passar uns dias na Bahia. Até que percebi que não dava para viver esperando as férias e tomei a decisão de vir de vez para Ilhéus em meados de 2016.

Comecei tudo de novo, cidade nova, universidade novíssima (atualmente sou professora da área de Química na Universidade Federal do Sul da Bahia), pessoas diferentes, outros costumes e um esporte novo (o surf)! E foi justamente o esporte que fez com que o legal ficasse extraordinário.

Logo que cheguei em Ilhéus, percebi que pessoas de todas idades, homens, mulheres (apesar de poucas) e crianças, surfavam. Não tive dúvidas de que tentaria aprender. E assim, o surf entrou na minha vida. Paixão à primeira vista, mas que veio para ficar.  

Desde então tenho me dedicado para aprender cada dia mais um pouco. O surf é um esporte de evolução lenta, que exige coragem, força, garra, paciência e resiliência. Impossível aprender a surfar desistindo nos primeiros obstáculos. Mas como eu gosto de desafios, procuro surfar todos os dias, pelo menos um pouquinho.

Acredito que não podemos ficar esperando o final de semana, as férias, para fazer o que realmente gostamos. Sempre que possível arrumo um tempo para ir surfar, nem que para isso tenha que levantar muito cedo ou abdicar de outros lazeres, como sair à noite.

O surf é a conexão com a natureza (sempre fui amante convicta da natureza, busco sempre ter este contato de alguma forma), não se trata de estar apenas no mar, mas de fazer parte dele. As sensações trazidas pelo surf abrangem liberdade, bem-estar, renovação. Me sinto muito abençoada e muito viva sempre que surfo. Pode parecer exagero, mas o bem que o surf me faz são impossíveis de serem totalmente descritos.

Aloha.

*Para conhecer mais sobre o trabalho do fotógrafo Bruno Leandro, basta acessar a página do South Imagens no Facebook.