Alfaiate do shape
Peterson Sitônio entrevista o carismático shaper baiano Bui Souza
Peterson Sitônio- Para começar vamos falar um pouco sobre a sua história. Quando deu seus primeiros passos no surfe?
Bui Souza - Tive meu primeiro contato com o surfe aos 9 anos de idade, com 12 anos tive minha primeira prancha, entre 13 e 14 anos estava lixando bordas e quilhas na Sun Surf, onde o shaper Braulio fazia as pranchas Musa e onde tive a oportunidade de ver um dos maiores artistas plástico do Brasil, fazendo um painel, Bel Borba e ainda tive o prazer de compartilhar o mesmo espaço com o shaper Miçaire, em visita a Salvador.
PS - Quando começou a shapear e quem te ensinou essa arte?
BS - Iniciei uma relação mais íntima com as pranchas de surfe desencapando e aprendendo, adorava ver uma prancha mais polpuda para desencapar e estudar. Comecei a fazer as pranchas Manga Rosa e tivemos uma das melhores equipes de surfe da Bahia. Depois iniciei uma brincadeira com as pranchas Ópio e Arcádia. Em busca de conhecimento, fui para o Rio de Janeiro, mas foi em São Paulo os meus maiores feitos. A convite da marca P.S.F (Perfect Shaped Surface) do Shaper J.C Arello, passei por várias fábricas, entre elas a Beccell Surf Boards, onde troquei informações e conhecimentos com vários outros shapers. Na volta para Bahia trabalhei com um shaper referência em Longboard, então tomei gosto e não mais parei.
PS - Como é descobrir a prancha ideal para as ondas da nossa capital baiana?
BS - Procuro fazer de maneira bem simples, com o objetivo de atender cada surfista ou atleta, tendo um imenso prazer em fazer Longboard e pranchas divertidas.
PS - Quem foi o primeiro atleta a usar suas pranchas?
BS - Rogério Vasconcelos, Vinicius Cardoso, Bernardo Mussi, entre outros.
PS - Quais materiais você tem usado na produção das pranchas?
BS - Sempre o de melhor qualidade, pois vai resultar diretamente no produto final.
PS - Com todo esse crescimento do surfe no Brasil por conta dos nomeados Brazilian Storm, quais são suas expectativas para o futuro do surfe baiano?
BS - O Brazilian Storm é a maior explosão do surfe brasileiro para o mundo. É o resultado de todo esforço de muito tempo. Estamos hoje no lugar onde merecemos. É um crescimento cada vez maior, mas devemos nos respeitar uns aos outros, pois somos uma imensa família chamada Surfe.
PS - Gostaria de deixar seus agradecimentos?
BS - Primeiramente ao nosso Pai, o homem que andou sobre as águas e a todos aqueles que compõe a família surfe.