Verão no Brasil nos remete a ideia de falta de ondas de um modo geral, mas não da para generalizar e incluir o Norte/Nordeste e a ilha de Fernando de Noronha no bolo. Swells frequentes vindos do Atlântico norte fazem a alegria da galera de toda essa área e o desespero e fome de quem fica em Salvador vendo tudo passar por fora.

Realidade difícil é ir para a ilha e ficar confortável numa boa pousada e alugar um carro para ter melhor  locomoção. Preços que fazem você repensar e comparar com longas viagens para Indonésia ou Hawaii. Triste ver como a ilha tem se tornado mais e mais cara a cada ano. Contato de locais que alugam quartos mais simples é uma saída para quem quer ir por alguns dias, de preferência no swell certo e pouco vento.

Fim de janeiro passado avistei um bom swell, juntei umas milhas e parti sozinho pra ilha por seis dias, acabei encontrando vários amigos que fizeram o mesmo, se combinasse não daria certo. Bruno Veiga e Silvinho Gorenzvaig de Salvador, além do carioca salva vidas e big rider Marquinhos Monteiro e o legend potiguar Ademir Calunga estavam na espera do swell e claro que garantiram momentos de muitas risadas e parceria  forte no dia a dia da trip.  

O swell entrou forte, mas os maiores dias deixaram claro que o fundo de areia ainda não estava bom, precisavam de mais dias de ondas grandes para varrer o acumulo de areia, fazendo com que a onda abrisse mais frequentemente. Após o pico do swell, quando o banco mudou um pouco, foram os melhores dias, ondas fortes, tubos pesados típicos de Noronha. A geração de surfistas da ilha tem se renovado bastante, o crowd de locais estava intenso e tendo um pouco de sorte, você acha uma boa.

O top Ítalo Ferreira estava na ilha e não teve tempo ruim pra ele, mesmo nos momentos mais difíceis da maré, ele conseguia achar tubos incríveis, colocação impecável na vala, timing perfeito com tubos e aéreos nota 10. O cara ficava o dia inteiro na água.  

Dias intensos de surf pra quebrar o gelo dessa marola chata do dia a dia. O bom é que o verão está acabando e nossa hora na Bahia está chegando. Aloha!