Bali bagus

Alan Donato e Gabriel Farias curtem dias de sonho na região de Canggu, em Bali


Era meio do ano, competidores com o sonho de um dia entrar na elite do surfe mundial, eu e Gabriel Farias tínhamos a consciência de somar o máximo de pontos para tentar uma vaga nos eventos Prime na virada do seed, após o campeonato de Huntington Beach.

Com a missão desenhada, decidimos ir para o Japão disputar duas competições com escala mais baixa de estrelas - um de 1.500 e outro de 1.000 pontos. Na época, era a maior perna para pontuar. Neles, até somamos resultados razoáveis. Fiquei em 5º nas duas etapas e Gabriel fez um 5º e um 13º. No domingo, ao fim das disputas de Tahara, estava marcada nossa volta ao Brasil. Perdemos o vôo e ficamos por lá na tentativa de remarcar as passagens, muito caras por se tratar de um período de Olimpíadas no Brasil. Ainda por cima, estava tudo lotado.

A opção até então era esperar as Olimpíadas passarem no Japão, para depois retornar a Maracaípe. Naqueles dias, a Terra do Sol Nascente não oferecia boas condições de onda, muito pequenas. Chegou a ficar flat, uma ideia então veio sem avisar. Ir para algum lugar treinar, sair um pouco da tensão dos campeonatos de surfe.

Pegamos um vôo para Bali, o plano era passar 18 dias até o dia do embarque para a etapa da Virginia, nos EUA, mais uma parada do WQS de 2016.  Em Bali, ficamos na companhia do amigo pernambucano Ernesto Nunes, que passa boa parte do ano por lá e pega sessões épicas. Ernesto tem uma pousada na qual recebe gente de toda parte do mundo durante a temporada.

Alguns dias depois, os mapas de onda previam um swell de 2 a 3 dias em Desert Point, uma esquerda alucinante. Claro, não pensamos duas vezes e fomos para lá. A ideia tinha sido compartilhada nessa época de total inclusão digital. Por lá, nos reparamos com mais de 150 surfistas. O outside estava cheio, mas as ondas não entraram como prometiam. Não era o Desert de fato, mítico. As séries demoravam muito, mas valeu muito a experiência de ter conhecido o local.

Resolvemos voltar para Bali. Dessa vez, apostamos na região de Canggu, local que os competidores procuraram para treinar manobras. As ondas são uma pista de excelência, quebram sempre no mesmo lugar e a diversão é garantida. Alguns declinam de lá porque a água é escura e a areia é preta. Mas o destino é muito procurado para fazer filmes de surfe até hoje, tamanha a perfeição.

A gente se revezava nas filmagens. Sempre levamos o equipamento da Seaway deixado conosco para produzir conteúdo. Filmamos cerca de 3 dias até nos encontrarmos  com outro amigo nosso, o catarinense Bruno Zanin, um dos expoentes do mundo dos filmes e edição de surfe. Não deu outra, ficamos por mais dois dias gravando com ele. Surfe e lifestyle. Não precisa falar que as imagens ficaram mil vezes melhor.

O tempo acabou. Era hora de voltar. Tempo de começar a botar a cabeça nas competições novamente. Afinal, tinha etapa na Virginia e em seguida a perna da Europa, que definiria muita coisa. O sonho acabou. A realidade bateu na porta.

*As imagens estavam tão incríveis, que certo dia mostrei-as para Felipe Queiroz. Ele é surfista dos bons de Porto de Galinhas e quem conhece o rapaz, sabe a qualidade dele na edição de vídeos. De imediato, pediu para começar e a coisa vingou de um jeito que a  gente tinha que compartilhar com todos. Mesmo sabendo que no momento, o Havaí está na crista da onda. Com Felipe tudo ficou mais fácil, mais redondo.

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