Estrela de Stella
Confira entrevista com o Ian Costa, um dos talentos da nova geração do surfe baiano
O atleta Ian Costa é um dos talentos da nova geração do surfe baiano e com 21 anos vive um momento delicado com a falta de um patrocinador para seguir em busca dos seus objetivos.
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Local da praia de Stella Maris, Ian treina todos os dias com seus amigos e também competidores Erick Morais, Ives Lopes e outros.
Batemos um papo com Ian para saber um pouco mais de sua rotina de treinos e o momento atual de sua carreira.
SurfBahia - Você é um dos expoentes da nova geração do surfe baiano e está sem patrocínio. Como você avalia esse paradoxo de ser um dos talentos do Estado e não ter um suporte financeiro?
Ian Costa - É uma situação difícil, pois as viagens, competições, equipamentos e outros fatores, acabam se tornando um gasto bem alto para o atleta que não possui um patrocinador. Assim como eu, existem vários outros surfistas pelo Brasil na mesma situação. O surf está em alta no mercado e nas redes sociais. Não entendo o motivo das marcas não investirem no esporte e nos atletas que estão na luta.
SB - Você vem de uma família com tradição no surfe. Como você vê seu crescimento e sua evolução como pessoa tendo como base uma família surfe?
IC - A minha família é muito surfe. Desde muito novo eu fui contaminado pelo esporte e cresci praticamente na praia. Meus pais, tios e primos me incentivam bastante no surfe e com certeza me ensinaram a ser uma pessoa melhor. É muito bom saber que sua família acredita em você e te dá forças para continuar.
SB - Como é sua rotina de treinamentos? Faz algum treino específico?
IC - Minha rotina é bem puxada. Costumo treinar todos os dias, com musculação três vezes na semana, jiu-jitsu também, além de surf todos os dias. Quando o mar está bom, é apenas surf o dia inteiro.
SB - Assim como muitos atletas, você também treina jiu-jitso. Como uma arte marcial como essa pode ajudar no surfe e na sua vida?
IC - Comecei a praticar o jiu-jitsu bem novo, aos 6 anos, e sem dúvidas a arte marcial torna o praticante uma pessoa muito mais organizada, disciplinada e focada. Em muitas situações onde tenho que pensar rápido, fazer a coisa certa ou manter a calma, seja nas competições e na vida, a arte marcial me ajuda.
SB - Junto com Erick Morais e Namor Cayres, vocês produzem vídeos e estão sempre mostrando a evolução das manobras. Como surgiu essa idéia de filmar e editar as sessões?
IC - Em busca da evolução, nós sempre revezamos a câmera e depois tentamos reparar os erros. Adoramos os videos de surf, e como estávamos com muitas imagens legais, acabou surgindo a ideia de fazer uns clipes, episódios e passamos a filmar com mais frequência ainda. Foi de suma importância para nossa evolução no surf, a vontade de surfar bem era sempre grande e sabíamos que estaria tudo registrado.
SB - Você é local de Stella Maris, um bairro que é considerado perigoso devido a assaltos e arrombamentos frequentes na região. Como você analisa essa situação do lugar que nasceu e foi criado?
IC - É muito chato isso. Ir para a praia se divertir e na volta se deparar com o carro arrombado ou não achar, é um problema que as autoridades deveriam estar tomando as certas providências, para que eu, outros moradores e visitantes se sintam seguros.
SB - Qual a sua motivação? o que te inspira pra acordar todos os dias e ir pra água treinar?
IC - A minha maior motivação é acordar e não saber como vai estar o mar ou como vai ser o dia de treino, e saber que tenho condições de ir lá conferir e surfar.
SB - Depois de alguns anos sem um circuito profissional na Bahia, temos a volta de campeonatos e eventos no Estado. Qual sua opinião sobre o atual momento do surfe baiano?
IC - Um Estado com um litoral lindo, altas ondas e muita história no cenário do surfe, não pode de forma alguma ficar sem um circuito profissional e amador. Na Bahia existem muitos atletas bons, mas pela falta de eventos e apoio, caem no esquecimento. Estou muito feliz de saber que esse ano haverá eventos. Comecei bem o ano fazendo a final na primeira etapa do Baiano Pro, que foi um grande evento e muito bem organizado, tudo indica que esse ano será muito bom para o surf na Bahia.
SB - A falta de eventos amadores de qualidade também inibem o surgimentos de novos talentos. Como você observa a nova geração do surfe baiano? Você apontaria algum atleta em especial?
IC - Os eventos amadores são extremamente importantes, pois é deles que surgem os novos talentos. Temos bons atletas no Estado que estão sem competir ou competem pouquíssimas vezes no ano, isso é péssimo para a nova geração, onde dessa forma fica muito dificil de se tornar um profissional. A molecada esta evoluindo muito rápido e o que acompanho de perto é o Namor Cayres, que está morando na Califórnia. Ele obteve uma evolução muito rápida e é um garoto focado e com um grande potencial, com certeza vai dar muito trabalho.
SB - O surfe progressivo com manobras aéreas é uma realidade do surfe atual e você domina a técnica. Existe uma manobra que você ainda não completou?
IC - Realmente os aéreos estão evoluindo cada vez mais. A rotação, a dificuldade e a altura. Fico muito feliz quando acerto um diferente e com o grau de dificuldade elevado. O backflip é um aéreo bem difícil, pois precisa de uma velocidade boa e um ventinho contra. Cheguei perto algumas vezes e espero acertar logo mais (risos).
SB - Gostaria de deixar um agradecimento especial?
IC - Agradeço a minha família e amigos pelo carinho e suporte, além das pessoas que fazem o esporte crescer e evoluir como o SurfBahia. Quero agradecer também a Soul Dila, Ricardo Martins da Wetworks, Animar Films, Academia Maximma, Wari Pratas, Surftattoo e Strongfood pelo apoio.
* Para saber mais sobre o trabalho do atleta siga nas redes sociais Instagram @iancostaa e no Facebook iancostasurf