Veias salgadas

Sérgio Pinheiro, repórter da TV Bahia, também faz bonito nas ondas


Presença constante em diversas reportagens esportivas exibidas diariamente pela TV Bahia, Sérgio Pinheiro também costuma fazer bonito quando está no mar.

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Nascido e criado em Natal (RN), Serginho começou a pegar onda em 1985, quando passava as férias em Fortaleza (CE).

Apesar de só surfar nos fins de semana devido ao foco nos estudos, ele conseguiu uma boa evolução nas ondas da praia de Ponta Negra e enfrentou grandes feras do surf nacional, como Joca Júnior, Aldemir Calunga, Hemerson Marinho, Marcelo Nunes, Wagner Augusto, Rodrigo Jorge e Danilo Costa.

Serginho chegou a ser vice-campeão potiguar na categoria Junior e obteve o quinto lugar no circuito nordestino.

Formado em jornalismo, Serginho é um dos principais repórteres esportivos da TV Bahia, mas sempre procura um tempo para curtir as ondas do litoral baiano nos dias de folga.

Nesta entrevista, o repórter fala sobre a sua paixão pelo surf e comenta alguns momentos marcantes na carreira de jornalista.

Confira também um vídeo produzido pelo SurfBahia em um dia de surf com Serginho Pinheiro nas ondas de Stella Maris. A edição é de Renê Xavier.

Quando começou a surfar e onde costumava pegar onda?

Comecei a surfar em Fortaleza, em 1985, durante as minhas férias. Meu pai mora lá e eu costumava passar as férias de fim de ano na cidade. Alguns primos que surfavam moravam em frente à praia do Futuro. Estava com uma grana pra comprar um vídeo-game, mas mudei de ideia e preferi comprar a minha primeira prancha. Foi o melhor negócio que fiz na vida (risos)! Lembro como se fosse hoje. Meu primeiro dia de surfe foi em 15 janeiro de 1985. Nesse mesmo dia, Tancredo Neves foi eleito presidente, fato que marcou o fim da ditadura. Nunca esqueci o dia por isso.

Com quem já competiu? Quais os principais eventos e resultados mais marcantes?

Exatamente um ano depois de começar a surfar, participei do meu primeiro campeonato, também em Fortaleza e novamente nas férias de janeiro. Foi uma etapa do circuito cearense. Competi na categoria Mirim, tinha 13 anos e fiquei em sétimo. Fiquei amarradão. Naquele tempo um garoto do Titanzinho já detonava. Era o Fábio Silva. Por aí vocês podem notar que não tive vida fácil no surfe de competição. Minha geração era muito talentosa. Comecei em Fortaleza, mas morava em Natal. Era local da praia de Ponta Negra. Surfavam nessa mesma praia Joca Júnior, Aldemir Calunga, Hemerson Marinho, Marcelo Nunes, Wagner Augusto, Rodrigo Jorge, Danilo Costa... O nível era altíssimo. Pra complicar ainda mais, eu surfava apenas nos fins de semana, enquanto a galera estava todo dia na praia. Ainda assim consegui ser vice-campeão potiguar na categoria Junior e quinto colocado no circuito nordestino, na mesma categoria.

Qual o pico predileto?

Adoro direitas (risos). Por isso, minhas ondas preferidas são Praia do Forte, Scar Reef, Pipa, Baía Formosa e Taíba. Repare que citei praias da Bahia, Rio Grande do Norte e Ceará. São os lugares em que surfo com mais frequência.

Já surfou em outros lugares do Brasil e / ou fora?

Já surfei também em Fernando de Noronha, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Estive na Califórnia no ano passado, mas não tive coragem. A água é muito fria (risos)! Fica complicado pra gente que é acostumado à água quentinha do Nordeste. Vou voltar este ano e espero encarar dessa vez.

Por que não seguiu a carreira de competidor?

Como já disse, só surfava nos fins de semana. Minha mãe era rigorosa. Praia só sexta à tarde, sábado e domingo. E se o boletim estivesse ok. Na época reclamava muito com ela, mas hoje agradeço. Logo que terminei o ensino médio, entrei na faculdade de jornalismo. Fiquei mais distante das competições, não do surfe. Tanto que pego onda até hoje.

O que falta para o surf ganhar mais espaço na grande mídia?

Também sinto falta de ver mais reportagens de surfe na grande mídia. Mas já foi muito pior. Hoje o Brasil tem excelente surfistas e esses caras aparecem com frequência na TV, jornais e revistas não especializadas. A internet e o crescimento dos canais fechados também ampliaram os horizontes. Como repórter de esporte, procuro fazer a minha parte. Sempre sugiro pautas e corro atrás das novidades pra botar o surfe e os esportes de ação na telinha.

Quais os teus ídolos no surf?

Meus ídolos no surfe? Das antigas, admiro dois caras: Fábio Gouveia e Joca Júnior. Atualmente fico espantado com o Gabriel Medina e o Filipe Toledo. Entre os gringos adoro o Joel Parkinson. Que estilo! Dos caras de ondas gigantes tenho sorte de ser amigo e fã do baiano Danilo Couto. Além de insano dentro d' água, é muito gente boa.

Como começou a carreira no jornalismo e como veio parar na Bahia?

Comecei no jornalismo na Intertv Cabugi, afiliada da Rede Globo em Natal. Fui contratado pela TV Bahia em 1998 e aqui estou desde então. No início não era repórter de esporte. Virei exclusivo do esporte quando me mudei para Salvador. Gosto muito do que faço. Tive a oportunidade de conhecer o Brasil todo e alguns lugares fora do país. Como adoro viajar, acho que estou na profissão certa.

Quais os momentos mais marcantes da sua carreira como repórter?

Bom, trabalhei na Copa das Confederações, no sorteio final da Copa do Mundo, e estou credenciado pra Copa. Teremos grandes jogos na Bahia e espero fazer um trabalho legal.

Já entrevistei Daniel Alves em Barcelona e cobri o Mundial de Motocross Freestyle em Londres. Acompanhei passo a passo a construção da Arena Fonte Nova. Fui o primeiro repórter a entrar ao vivo do estádio no dia da inauguração.

Durante a Copa de 2002, cobri a campanha do penta ao vivo do Pelourinho, ao lado do Olodum. Entrávamos nas transmissões dos jogos da seleção e foi assim até a final contra a Alemanha.

Tive a sorte de cobrir outros grandes eventos pra Globo, como o ATP de Sauípe, a Stock Car, a Travessia dos Fortes e inúmeros jogos de Bahia e Vitória Brasil afora. Só falta uma etapa do WCT, de preferência no Havaí ou Tahiti. É um sonho que tenho.

Como você costuma trabalhar bastante com futebol, o torcedor tem sempre aquela curiosidade: qual o teu time de coração?

Nunca escondi meu time. Sou torcedor do ABC de Natal, o maior vencedor de estaduais do Brasil e campeão da série C em 2012.  Meu time tem estrela! Aliás, tem uma fera do surfe que também torce para o ABC, o Jadson André. Não o conheço pessoalmente, mas tenho q admitir que ele tem bom gosto (risos).

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