Campeões no Chile

Australiano Jack Robinson e norte-americana Autummn Hays vencem no QS 1500 em Iquique, no Chile


O australiano Jack Robinson e a norte-americana Autumn Hays conquistaram os títulos do QS 1500 Heroes de Mayo Iquique Pro, que marcou a volta da cidade de Iquique, no norte do Chile, ao Circuito Mundial da World Surf League após 25 anos. As decisões foram contra os líderes do ranking regional da WSL South America e os dois acabaram com a invencibilidade do peruano Alonso Correa e da equatoriana Dominic Barona em etapas do WSL Qualifying Series na América do Sul esse ano. Essa foi a primeira das duas provas seguidas no Chile e a próxima é o tradicional Maui and Sons Arica Pro Tour, que começa terça-feira nos tubos de El Gringo.

“Eu adorei o Chile, vivi uma semana fantástica aqui, as ondas são maravilhosas e estou muito feliz por ter vencido esse campeonato. Certamente, ano que vem estarei de volta aqui”, disse a jovem promessa australiana, Jack Robinson. “Esta última bateria, a final, foi muito complicada porque não tinha muitas ondas, mas eu estava superconcentrado e consegui acertar os aéreos que tentei para vencer. Foi um evento muito difícil, com bons competidores, mas foi bem divertido e estou muito feliz por ter decidido na última hora de vir para cá. Obrigado a todos que me apoiaram na praia e Iquique é um lugar incrível”.

O swell que bombou altas ondas em Iquique desde segunda-feira, com as direitas de La Punta mostrando todo o seu potencial para tubos, manobras de borda e aéreas, foi aproveitado até o fim. O Heroes de Mayo Iquique Pro tinha prazo até sábado para ser encerrado, porém as previsões indicam que não haverá ondas nos próximos dias, então foi decidido finalizar o evento na quinta-feira. O dia até amanheceu com boas ondas e alguns tubos, mas as condições foram se deteriorando ao longo do dia e nas fases decisivas já estavam bem pequenas e com longos intervalos entre as séries dificultando ainda mais a ação dos competidores, que não poderiam desperdiçar as poucas chances de surfar.

Para chegar na decisão do título, os homens tiveram que encarar as difíceis condições do mar três vezes. O campeão Jack Robinson começou a quinta-feira vencendo a batalha pelas duas últimas vagas nas quartas de final numa bateria em que dois australianos foram eliminados pelo brasileiro Jeronimo Vargas, Luke Hynd e Samson Coulter. Mas, Jack Robinson carregou a bandeira australiana até o alto do pódio despachando o havaiano Torrey Meister nas quartas de final e o brasileiro João Chianca nas semifinais.

Na outra chave, o peruano Alonso Correa passou em segundo lugar a sua primeira bateria na quinta-feira, vencida pelo norte-americano Skip McCullough. Depois, tirou o último chileno da disputa do título na abertura das quartas de final, Guillermo Satt. Com a classificação para as semifinais, Alonso já tirava a liderança do ranking sul-americano da WSL South America do brasileiro Wesley Santos. O peruano tinha vencido a primeira etapa em casa em San Barolo, mas não foi disputar a segunda na Argentina e caiu para segundo no ranking. Ele ainda vingou a derrota sofrida para McCullough nas semifinais, mas não conseguiu vencer o campeonato.

“Primeiramente, quero agradecer a todas as pessoas de Iquique, foi um grande evento, com ondas incríveis nessa semana em La Punta e estou feliz por fazer a final. Logicamente, eu queria a vitória, mas o segundo lugar é um bom resultado também”, disse Alonso Correa. “Eu entrei com tudo na final e pena que não tivemos muitas ondas boas na bateria, mas estou contente porque surfei bons tubos, o campeonato foi incrível e saio feliz daqui para competir na próxima etapa, em Arica (que começa terça-feira também no Chile)”.

FINAL MASCULINA – A decisão do título começou com o peruano Alonso Correa atacando as direitas de La Punta com seu backside poderoso, usando manobras modernas e progressivas para largar na frente com notas 5,67 e 5,10. O australiano Jack Robinson também apresentou um bom repertório de manobras inovadoras em Iquique e usou os aéreos de frontside em duas ondas seguidas para ultrapassar o peruano com notas 7,00 e 5,03.

A batalha seguiu assim, com o peruano manobrando forte com batidas verticais nas suas ondas e o australiano respondendo com aéreos nas dele, até pegar uma para atacar o lip jogando água, lincando as manobras com velocidade para somar 5,87 no placar de 12,87 a 10,77 pontos. Alonso também arriscou um aéreo rodando de backside para conseguir os 7,20 pontos que precisava para vencer, mas não completou a aterrisagem. Já o australiano acerta mais um voo de 360 graus e ainda faz mais duas manobras em outra boa onda que valeu 6,13 para sacramentar a vitória no Heroes de Mayo Iquique Pro por 13,13 a 10,77 pontos.

DECISÃO FEMININA – A final feminina aconteceu antes e foi mais lenta de ondas. A norte-americana Autumn Hays começou pegando as primeiras que entraram na bateria, mas foram fracas. De tanto tentar, a jovem surfista de 18 anos de idade achou uma onda que abriu mais a parede para fazer manobras e ganhar 4,67 dos juízes. Ai a equatoriana Dominic Barona começou a ficar mais ativa, porém falhou nas duas primeiras ondas que pegou e precisava de 5,17 para tirar a liderança da americana.

Dominic logo entrou em outra direita que só deu para fazer uma manobra, mas valeu 3,50 para entrar na briga. Autumn respondeu com 2,03 em um belo cutback para trocar sua segunda nota computada, mas a vantagem caiu para 3,21 pontos, possíveis da equatoriana conseguir numa onda. As duas ficaram lado a lado em mais uma longa calmaria sem entrar ondas e a próxima série só veio quando faltavam 6 minutos.

A equatoriana pegou uma para mandar uma batida forte, vertical, os juízes deram nota 3,60 e ela passou à frente. A americana logo pega uma onda que abre mais a parede para fazer duas manobras e receber 3,73 para retomar a ponta. As condições do mar estavam ruins e Dominic não conseguiu impedir o título de Autumn Hays por 8,40 a 7,10 pontos. Foi a primeira vitória da californiana no Circuito Mundial, sendo também a primeira derrotar a equatoriana esse ano na América do Sul, pois Dominic tinha vencido as outras duas etapas, no Peru e Argentina.   

“Oh meu Deus, estou muito feliz e nem consigo descrever o que estou sentindo. Foi minha primeira final no Circuito Mundial e nem acredito que ganhei”, disse Autumn Hays. “Foi uma semana incrível para mim aqui e eu senti que estava surfando bem, mas a final com a Dominic (Barona) foi muito difícil. Eu acho que vacilei numas ondas boas, mas fiquei focada em pegar as melhores. Eu vim da Califórnia pra competir aqui porque tinha certeza que poderia ter sucesso nessa onda. Me senti totalmente em casa aqui e o Chile já é um dos meus lugares preferidos no mundo inteiro. Certamente, voltarei aqui no ano que vem”.

Apesar da primeira derrota em uma decisão de título em etapas do QS na América do Sul esse ano, Dominic Barona lidera o ranking regional da WSL South America com grande vantagem sobre suas adversárias. A principal concorrente era a peruana Anali Gomez, única tricampeã sul-americana da história. As duas reeditaram a final da primeira etapa em San Bartolo nas semifinais em Iquique e Dominic ganhou de novo da sua grande amiga. Na outra semifinal, a campeã Autumn Hays barrou a argentina Lucia Indurain, que ocupa a terceira posição no ranking das três etapas disputadas na América do Sul esse ano.

TOP-10 DO RANKING SUL-AMERICANO DA WSL SOUTH AMERICA – 3 etapas:

01: Alonso Correa (PER) – 1.750 pontos

02: Wesley Santos (BRA) – 1.530

03: Renan Peres (BRA) – 960

04: Facundo Arreyes (ARG) – 935

05: Joaquin del Castillo (PER) – 760

05: Caetano Vargas (BRA) – 760

07: Guillermo Satt (CHL) – 720

08: Adrian Garcia (PER) – 680

09: Leonardo Barcelos (BRA) – 610

10: Nicolas Vargas (CHL) – 605

TOP-10 DO SUL-AMERICANO FEMININO DA WSL SOUTH AMERICA – 3 etapas:

01: Dominic Barona (EQU) – 2.750 pontos

02: Anali Gomez (PER) – 1.310

03: Lucia Indurain (ARG) – 1.280

04: Camila Cassia (BRA) – 1.120

05: Sofia Mulanovich (PER) – 980

05: Lucia Cosoleto (ARG) – 980

07: Josefina Ane (ARG) – 950

08: Tainá Hinckel (BRA) – 920

09: Jessica Anderson (CHL) – 905

10: Lorena Fica (CHL) – 885

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