Estreia na Gold

Italo Ferreira e Filipe Toledo estream com vitória na abertura do CT em Snapper Rocks


O Quiksilver Pro Gold Coast começou no domingo com apenas dois brasileiros vencendo suas primeiras baterias na temporada 2018 do World Surf League Championship Tour. Mas, foi com as melhores apresentações do dia no mar difícil de competir em Snapper Rocks, com o paulista Filipe Toledo sendo o único a bater os recordes do potiguar Italo Ferreira em dois confrontos com participação dupla do Brasil na Austrália. Eles passaram direto para a terceira fase, mas os outros nove brasileiros que perderam em suas estreias, terão uma segunda chance de classificação na agora única repescagem nas etapas do Circuito Mundial.

A primeira vitória brasileira veio após três serem derrotados nas primeiras baterias do dia. O potiguar de Baía Formosa, Italo Ferreira, entrou junto com o campeão mundial Gabriel Medina e o italiano Leonardo Fioravanti, vencedor da triagem. Medina e Leonardo ficaram disputando o pico para pegar a primeira onda boa e o brasileiro parecia ter ganho a batalha. Medina já dropou passando por dentro de um tubo rápido e saiu variando manobras potentes de backside até onde a onda permitiu.

No entanto, os juízes analisaram toda a situação da disputa da onda e concluíram que o italiano tinha adquirido primeiro o posicionamento para surfa-la em toda a sua extensão, o que não conseguiu porque Medina já estava à sua frente. Como penalidade pela marcação da “interferência”, a onda foi anulada e foi difícil encontrar outras boas na condição do mar no domingo, com muita correnteza em Snapper Rocks.  

O potiguar Italo Ferreira ainda pegou uma direita boa logo em seguida, a onda abriu uma parede longa para detonar uma série de fortes batidas e rasgadas, algumas ficando de cabeça pra baixo, para largar na frente com nota 7,33. O italiano começou com 5,77 na primeira onda que surfou, mas não achou mais nada e o máximo que Medina conseguiu depois foi um 4,50. Já Italo Ferreira ainda pegou outra boa para repetir o ataque de backside como se estivesse surfando na sua casa, nas direitas do Pontal de Baía Formosa. Com a nota 6,93 recebida, atingiu 14,26 pontos e saiu do mar com os recordes do dia.

Logo após a derrota de Gabriel Medina, o atual bicampeão mundial John John Florence também teve sua camisa amarela de número 1 do ranking carimbada por um dos estreantes da temporada, o norte-americano Griffin Colapinto, campeão do WSL Qualifying Series no ano passado. Ele já começou subindo a maior nota para 7,67 em sua primeira onda como top da elite do CT e ela foi decisiva para a vitória por 12,50 pontos, contra apenas 7,50 das duas ondas computadas pelo havaiano e somente 2,00 pontos do convidado, Mikey Wright.

RECORDISTA ABSOLUTO – O único que conseguiu bater todos os recordes foi Filipe Toledo, na décima bateria, segunda com dois brasileiros estreando juntos no Quiksilver Pro Gold Coast. Filipe usou a arma mais letal, os aéreos, em sua primeira onda para começar a bateria com nota 7,33. Depois, achou outra direita boa para apresentar seu arsenal de manobras progressivas, atacando os pontos mais críticos da onda com pressão e velocidade.

A onda proporciona quatro manobras fortes no outside, Filipe segue nela, faz a conexão e a onda volta a armar quando entra na bancada para seguir variando mais quatro batidas e rasgadas, até explodir a junção para fechar a melhor apresentação do domingo em Snapper Rocks. Os juízes deram nota 8,23 nesta onda para Filipe Toledo totalizar 15,56 pontos, superando os 14,26 do potiguar Italo Ferreira para se tornar o recordista absoluto da primeira fase do Quiksilver Pro Gold Coast.

BRASIL NA REPESCAGEM – O estreante Tomas Hermes e o português Frederico Morais perderam para Filipe Toledo nesta bateria e nove brasileiros vão ter que disputar a repescagem para chegar na terceira fase. Eles não conseguiram mostrar o seu surfe no mar difícil do domingo, com todos saindo do mar falando da forte correnteza agindo na formação das ondas em Snapper Rocks, fazendo com que eles não parassem de remar durante toda a bateria. Foi um intenso teste físico para os surfistas logo no primeiro desafio do ano

Gabriel Medina será o primeiro a tentar a segunda chance de classificação, na segunda bateria contra o mesmo italiano Leonardo Fioravanti, da interferência. O pernambucano Ian Gouveia entra na terceira com o australiano Matt Wilkinson, campeão na Gold Coast em 2016 e vice na final do ano passado com Owen Wright. Na quarta, o campeão mundial Adriano de Souza, que só conseguiu pegar duas ondas em sua bateria, enfrenta o americano Patrick Gudauskas.

No duelo seguinte, uma das novidades da “seleção brasileira” no CT esse ano, o cearense Michael Rodrigues, terá um grande teste pela frente, o experiente campeão mundial Joel Parkinson, que tem duas vitórias no Quiksilver Pro Gold Coast. Depois, o Brasil só volta a disputar vaga para a terceira fase na oitava bateria, com outro novato na elite, Willian Cardoso, enfrentando o português Frederico Morais. Willian estreou junto com Adriano de Souza e estava vencendo sua primeira bateria até os últimos minutos, quando o australiano Adrian Buchan fez uma boa onda para conseguir o primeiro lugar.

DUELO VERDE-AMARELO – Depois do já experiente Willian Cardoso, mais dois estreantes de Santa Catarina vão tentar suas primeiras vitórias na divisão de elite. O mais jovem, Yago Dora, está na nona bateria com Kanoa Igarashi, que decidiu competir representando o Japão a partir deste ano e não mais os Estados Unidos, como desde o início da sua carreira. Na sequência, acontece um duelo verde-amarelo entre o paulista Caio Ibelli e Tomas Hermes, que garante um classificado para a terceira fase, mas um será eliminado.

Isso deve ocorrer mais vezes durante a temporada, pois os brasileiros agora são maioria entre os top-34 do World Surf League Championship Tour 2018. É a primeira vez na história, que um país consegue superar a Austrália, que sempre teve mais surfistas disputando o título mundial desde a criação de uma divisão de elite em 1992. Outro novato, Jessé Mendes, vai fechar a participação brasileira na repescagem contra o francês Joan Duru.

Jessé estava ansioso para a sua estreia como top mundial, contra duas grandes estrelas do esporte. Foi mais uma bateria fraca de ondas, mas o tricampeão mundial Mick Fanning achou duas suficientes para vencer. O australiano vive o penúltimo capitulo da sua história no Circuito Mundial, pois anunciou que a próxima etapa, em Bells Beach, será a última da sua carreira como competidor. Kelly Slater completava esta bateria, mas ainda estava viajando para a Austrália no domingo e tenta chegar a tempo de disputar a repescagem.  

CT FEMININO – Depois da primeira fase masculina, as meninas começaram a estrear no World Surf League Championship Tour 2018 e a brasileira Silvana Lima também não achou boas ondas em sua bateria. A cearense competiu na quinta e terminou em último com somente 3,63 pontos, enquanto a australiana Sally Fitzgibbons fazia o segundo maior placar feminino do domingo até ali em Snapper Rocks, somente 12,77 pontos. A recordista era a havaiana Carissa Moore, que na segunda bateria alcançou 16,16 pontos com notas 8,83 e 7,73.

Silvana Lima agora vai disputar a última vaga para a terceira fase na bateria com a australiana Bronte Macaulay que vai fechar a repescagem do Roxy Pro Gold Coast no próximo dia de competição feminina na Austrália. Quem perder essa segunda chance de classificação, termina em 13.o lugar no primeiro desafio da corrida pelo título mundial da temporada.

Repescagem

1 John John Florence (HAW) x Mikey Wright (AUS)
2 Gabriel Medina (BRA) x Leo Fioravanti (ITA)
3 Matt Wilkinson (AUS) x Michael February (AFR)
4 Adriano de Souza (BRA) x Ian Gouveia (BRA)
5 Joel Parkinson (AUS) x Patrick Gudauskas (EUA)
6 Sebastian Zietz (HAW) x Michael Rodrigues (BRA)
7 Frederico Morais (POR x Ezekiel Lau (HAW)
8 Kanoa Igarashi (JAP) x Keanu Asing (HAW)
9 Caio Ibelli x Willian Cardoso (BRA)
10 Conner Coffin (EUA) x Yago Dora (BRA)
11 Joan Duru (FRA) x Tomas Hermes (BRA)
12 Jessé Mendes (BRA) x Wade Carmichael (AUS)

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