Michael Rodrigues busca bons resultados em Keramas e Uluwatu. Foto: WSL / Kirstin.

Chegou a hora da quinta etapa do circuito mundial de surf, nas perfeitas direitas de Keramas, na ilha de Bali Indonésia. Lembrando que 48 horas após o encerramento deste evento, teremos a continuação da terceira etapa, o Margaret River Pro, que será finalizado em Uluwatu, na península de Bukit, também em Bali.

Serão dois eventos seguidos na famosa ilha indonésia, que serão muito importantes na corrida do titulo mundial deste ano. Ondas perfeitas, água quente, resorts luxuosos, culinária refinada, além de super barata, serão esperados pelos tops da elite mundial e seus acompanhantes. ??Realmente, nada a reclamar. Até uma esquerda, Uluwatu, em meio a evidentes contestações dos atletas, agora até públicas, sobre a quantidade de direitas do tour, a WSL conseguiu implementar de última hora.

O time brasileiro vai com força máxima, sendo o único desfalque Caio Ibelli, machucado, que será novamente substituído por Miguel Pupo. Filipe Toledo, vencedor do Oi Rio Pro e atual vice-líder do ranking, vai como grande favorito, principalmente nas direitas de Keramas. O surfista mais progressivo do mundo na atualidade se encaixa perfeitamente nessas condições. Já em Uluwatu, Toledo terá que mostrar que está realmente adaptado a condições adversas a seu surf, como esquerdas de consequência.

Italo Ferreira, que vinha liderado o circuito, vem em grande fase e deve permanecer nas cabeças do ranking depois dessas duas etapas. Em Keramas, deve apostar nos tubos seguidos de aéreos, já que o pico, principalmente depois do meio-dia, ocasionamente, recebe uma brisa contrária que favorece as manobras progressivas. Em Uluwatu, vai como um dos grandes favoritos ao titulo da etapa.

Já Gabriel Medina, que ocupa a quarta colocação no ranking, precisa e muito desses dois resultados para a busca do tão sonhado bicampeonato mundial. Em Keramas , deve mostrar seu backside pra lá de afiado, além de colocações de tubos sem igual. Se conseguir acertar seu famoso aéreo reverse de backside, que por tantas vezes foi sua carta na manga em momentos decisivos de sua carreira, deve fazer um grande resultado na etapa.

??Já em Uluwatu, Gabriel vai como grande favorito na etapa. Pega, no round 3, um Jack Robinson, que poderia ser até um grande adversário se o evento terminasse em Margaret River, que é seu quintal. Em Bali, não vejo chance alguma ao australiano, que curiosamente estava participando e até ganhou um QS 1.500 em Iquique, no Chile, esta semana.

Acompanhei o evento inteiro, e pra ganhar de Gabriel, só com a força divina da Mãe Natureza, ou mais um apagão do nosso campeão mundial, como aconteceu nas quartas de final do Oi Rio Pro, na última semana.

Já Michael Rodrigues, que ocupa neste momento a sétima colocação no ranking, também vai com tudo pra estas duas etapas. Michael também pode disparar na disputa do prêmio simbólico de rookie of the year, já que participará de Uluwatu, e seus concorrentes diretos, o australiano Wade Carmchael e o promissor americano Griffin Colapinto já foram desclassificados do evento em águas australianas.

Nosso Capitão Nascimento, que não faz um início de ano tão bom, precisa encaixar seu surf e fazer grandes resultados nas duas etapas. De Souza conhece muito bem a onda de Keramas, já fez um terceiro, em QS 1.000 do ano passado, vencido pelo australiano Brent Dorrington, e fez um nono na última etapa do CT realizada nesta arena, em 2013. O brasileiro também participará em Uluwatu, e um grande resultado surfando de backside pode trazer a confiança de volta a Mineiro.

Jessé Mendes, Willian Cardoso e Yago Dora também participarão destas duas etapas, em águas índicas. Os três precisam de um bom resultado para sair da “zona do agrião” e não ficarem correndo o Qualifying.

Já Ian Gouveia, que fez grandes apresentações no Rio, e Tomas Hermes, que finalizou a etapa da Gold Coast na terceira posição, só competirão em Keramas, já que foram desclassificados no segundo round em Margaret. Muito importante um grande resultado nessas direitas, pra corrida de qualificação do ano que vem, já que 24 atletas ainda têm chance de pontuar em Uluwatu, ampliando ainda mais a margem de ponto para esses dois brasileiros.

Para os australianos, duas competições “quase que em casa”, já que Bali é perto e muitíssimo frequentado por eles. Julian Wilson vem embalado, deve fazer dois grandes eventos, principalmente em Keramas; Joel Parkinson, último vencedor por lá, Owen Wright, Matt Wilkinson, e mais uma vez como convidado, Mikey Wright, são profundos conhecedores dessas ondas e devem brigar por pódio. ??

Por sinal, Mikey Wright correu todas as etapas do CT deste ano, só não sei o porquê, já que fez boas baterias, mas nenhum resultado expressivo, nem sequer umas quartas de final.

Que a tranquilidade, excelente comida, geladas Bintangs e uma dose extra de conforto nos requintados resorts espalhados por Bali, não tirem de nossos guerreiros a velha e boa raça de sempre, e que as famosas e tradicionais sessões de massagem balinesa se limitem apenas a área nobre desses resorts, pois dentro d´água, é sem massagem!!!