Nosso colunista musical Rodrigo Melo esteve ausente por um tempo, mas volta em grande estilo com resenhas de discos de estilos diferenciados e provando que música boa independe de estilo, e sim que seja de qualidade.

Principe Valiente – A Suécia tem tirado onda quando se fala de banda boa hoje em dia, em qualquer linha ou modalidade. Como diz meu camarada Johnny of God:  "Parece que só lançam disco de primeira por lá". E dentro dessa panela sonora que os suecos tem, o Principe Valiente consegue aparecer entre as boas novidades. "Choirs of Blessed Youth" é o segundo e também o melhor disco deles. Pós punk do início ao fim, numa pegada que recende a Interpol, a White Lies, só que com um pouco mais de peso e também um clima meio Crepúsculo de Cubatão, gótico ou noir. A crítica classificou como pop obscuro, mas acredite, o som do Principe Valiente é bem pra frente e vale o confere.

Lowlakes –  Iceberg Nerves é um disco potente e intimista, com uma pegada que pode ser classificada de soturna. Altíssimo nível, mas não sei se é pra qualquer um. Muita gente pode achar lento, até down ou perturbador. Quem gostar, no entanto, vai gostar bastante. Músicas melancólicas, cheias de melodia, numa linha moderna e atual. E é apenas o álbum de estréia dessa banda australiana que faz um som bastante próprio, com muito arrojo e solidez. Excelente pedida.

Kendrick Lamar - É o cara e o seu disco Good Kid, M.A.A.D City é pra fazer marmanjo ficar pensativo e cismado: como é que o hip hop evoluiu tanto? O disco foi lançado em 2012, mas a cada ano que passa ele fica mais atual, numa mistura de influências e estilos que é o que traz a evolução. Figura polêmica, já se envolveu em uma porção de confusões, como depois de criticar o universo do hip hop, declarar que é melhor liricamente que qualquer outro rapper ou que é o grande rei de Nova Iorque, mesmo sendo da Califórnia, o que irritou um bocado de gente. Confusões à parte, esse rapaz merece atenção e certamente estará entre os grandes nos próximos anos.