Segredo de estado

Lapo Coutinho e Aldemir Calunga desbravam ondas pesadas em laje secreta no Nordeste


Atitude, coragem e muita disposição, essas três palavras definem o feito que um grupo de amigos realizou no último sábado (19/3), botando pra baixo em uma das ondas mais pesadas e cobiçadas do Nordeste brasileiro, que não divulgaremos a localização a pedido dos locais.

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Com uma logística de segurança e equipamentos adequados para a situação, Aldemir Calunga, Lapo Coutinho, Daniel Bezerra, Petrônio Tavares e Marcelo Mota fizeram uma sessão de big surf em águas nordestinas.

Tudo começou quando Calunga, Lapinho, Marcelo e o fotógrafo Cícero Junior começaram a monitorar um swell que possivelmente chegaria no litoral nordestino com uma boa intensidade e período alto, porém, a maré não estava secando do jeito certo para a onda fazer funcionar o tubo. Ficamos avaliando as condições do mar e dos ventos para saber se seria possível surfá-la. A atitude da equipe e a vibe positiva que estava entre nós foi tão forte, que resolvemos nos aventurar juntos nessa sem saber ao certo o que encontraríamos.

Lapo Coutinho e Aldemir Calunga, junto ao fotógrafo Cícero Junior foram na frente até a ponto de embarque para preparar toda a logística e esperar o restante da equipe, que só chegaria algumas horas depois. Com tudo no seu devido lugar, jet ski, pranchas, kit de primeiros socorros, alimentação e muita vontade de surfar. Partimos do porto as 4h da manhã ainda sem a luz do sol. Durante o percurso de barco, que durou cerca de 3 horas, estávamos cheios de expectativas, imaginando o que iríamos encontrar pela frente e se realmente teríamos a sorte e o prazer de surfar essa tão falada onda da laje.

Um dos principais requisitos para surfar essa onda é a segurança, tudo tem que estar perfeitamente organizado e preparado, pois qualquer vacilo ou acidente pode se transformar em pesadelo, pois o local da onda fica muito distante da costa. O difícil acesso faz com que essa onda se torne mística e temida por muitos surfistas.

Depois de horas navegando mar a dentro, começamos a  sentir o barco balançar mais forte e avistamos as ondas no horizonte. Foi como avistar um oásis para qualquer surfista em pleno mar do Nordeste brasileiro. Nessa hora toda adrenalina do corpo começa a subir e a vontade de surfar aumentava ainda mais. Quando paramos o barco no canal fomos recebidos por uma série de 8 a 10 pés vindo lá de trás da laje com uma tonalidade de azul incrível, lembrando  ondas havaianas, como ressaltou Lapo Coutinho.

Observamos como a onda se movimentava na bancada e não demorou muito para que Lapinho pulasse na água junto comigo, Daniel Bezerra, que estava estreando no surf em ondas grandes. Iniciei a sessão surfando a primeira onda do dia com uma prancha 7,6, a onda tinha uns 8 pés, mas com uma força absurda e brutal quando entrava na bancada.
Petrônio Tavares, surfista experiente em ondas pelo mundo, também não ficou atrás e pegou suas ondas deixando sua marca com drops e cavadas no tempo certo da onda. Roberto, um veterano em ondas pesadas, também deixou sua marca. Lapinho, recém chegado de uma temporada havaiana, e Aldemir Calunga, big rider de responsa, desceram as maiores do dia. Eles botaram pra baixo em ondas que chegaram a 10 pés, utilizando pranchas acima de 9 pés, mostraram todo conhecimento e a habilidade de surfar ondas grandes. Lapinho trouxe todo seu quiver de pranchas, inclusive sua "bebê" 10 pés, que usou na temporada de Jaws. Foi com essa prancha que ele fez a diferença nas ondas da laje.

Como sua prancha era muito grande, ele tinha o luxo de sentar mais atrás do pico e remar nas maiores com muito conforto, mostrando para todos que estava disposto e bem preparado fisicamente para surfar ondas gigantes. Calunga também provou que está totalmente em forma para surfar as bombas pelo mundo a fora. Totalmente focado e preparado, ele estava vivendo um momento único em sua vida, onde surfar essa onda aumentou o desejo dele em buscar ondas gigantes pelo mundo.

Depois de quase 3 horas de muito surf, tubarões, tartarugas e muita diversão, tivemos que voltar para costa. sabemos o quanto foi importante termos surfado essas ondas e visto o potencial que ela pode ter. Ouvimos relatos do comandante do barco que a onda chega a atingir 15 pés, com respeito aos locais do pico, achamos melhor não divulgarmos a localização, muitos podem saber onde fica, mas como chegar poucos sabem. Quem sabe um dia voltaremos lá para surfar essa tão sonhada onda de 15 pés.

Obrigado a todos que fizeram parte dessa surf trip, uma verdadeira aventura em busca de ondas perfeitas.

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